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Texto de contrato difere de versão de petista

Documento revela que indústrias pagaram R$ 500 mil a Pimentel; ele diz que só prestou serviço a entidade patronal

Depois de atuar para centro que reúne 900 empresas, petista assumiu pasta que trata de ações de exportação

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Uma empresa do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) recebeu ao menos R$ 500 mil para elaborar projetos a serem apresentados ao poder público por empresas associadas ao Ciemg (Centro de Indústrias do Estado de Minas Gerais).

O contrato com as indústrias, mostrado à reportagem pela assessoria do ministro, contradiz a versão apresentada à Folha pelo próprio Pimentel anteontem, quando ele disse que não tinha trabalhado para as empresas, apenas para a entidade patronal.

O centro é braço da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) e tem mais de 900 associadas.

Entre elas estão pesos-pesados da balança comercial, interessados em decisões ministeriais de Pimentel.

Um dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff no ano passado e amigo da presidente, Pimentel se tornou titular da pasta responsável por ações de financiamento a exportação e importação, e por fiscalizar a regularidade destas operações.

Anteontem, Pimentel afirmou que seus serviços foram prestados apenas em favor da Fiemg, sem relação com nenhuma empresa específica. Ontem, manteve sua versão.

Mas o contrato firmado por sua empresa, a P-21 Consultoria Ltda., prevê "prestação de serviços na área de planejamento, consultoria econômica, financeira e tributária para as empresas associadas ao Ciemg, abrangendo os associados desta instituição que tenham como meta a intenção de apresentarem projetos regionais aos órgãos da gestão pública".

A Folha pediu detalhes desses documentos. Não houve resposta.

O contrato foi assinado em 2009, pouco mais de um mês depois de Pimentel deixar o cargo de prefeito de Belo Horizonte (MG), elegendo seu aliado, Márcio Lacerda (PSB).

Segundo o jornal "O Globo", Pimentel assinou outro contrato com a Fiemg, também de R$ 500 mil, afora

R$ 914 mil de dois clientes.

A Fiemg não se manifestou. Empresas associadas à federação não responderam.

Dilma orientou Pimentel a "não repetir Antonio Palocci" e dar esclarecimentos exaustivos sobre o caso.

Colaboraram NATUZA NERY, VALDO CRUZ e MARIA CLARA CABRAL, de Brasília

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