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Análise

Senadores fazem mais elogios que perguntas a nova ministra

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Eram 9h39 da manhã quando o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), deu início à sabatina de Rosa Maria Weber Candiota da Rosa.

A sessão esclareceu poucos aspectos relevantes sobre como atuará a próxima ministra do STF. Sabe-se que ela prefere usar o nome de solteira (Weber e não Candiota da Rosa) e que sua "mãezinha de 94 anos", segundo apurou um senador, ainda dirige.

Em sua fala inicial, Rosa Weber citou o indiano Amartya Sen. Vários senadores então passaram a mencionar o Nobel de economia de 1998.

Na hora de fazer suas perguntas, Eduardo Suplicy (PT-SP) estava preparado. Havia buscado um livro de Sen para mostrá-lo enquanto elogiava a futura integrante do STF.

A CCJ tem 23 senadores titulares. Ontem, 17 pediram a palavra. Nessas horas, até a oposição fica mais comedida.

Álvaro Dias (PSDB-PR) chegou a falar sobre um eventual óbice, a formação de Rosa Weber na Justiça do Trabalho não seria adequada para o STF. Mas logo emendou: "Eu não assino embaixo dessa afirmação".

Elogios saíram da boca de todos. O relator do processo, Romero Jucá (PMDB-RR), puxou a fila: Não tenho nenhum questionamento a fazer. Solicito à Casa que apoie [a indicação] por unanimidade".

Sérgio Petecão (PMN-AC) tinha pouco a perguntar: "De minha parte, só tenho a lhe desejar sorte". E revelou ter colocado no Facebook uma frase de Rosa Weber.

Inácio Arruda (PC do B-CE) louvou o fato de Rosa ser egressa da Justiça do Trabalho. Como comunista, disse achar uma boa ideia que a composição dos tribunais fosse com 50% de trabalho e 50% de capital.

Inscreveu-se para perguntar um senador de fora da CCJ, Vicentinho Alves (PR-TO). Na sua vez, não perguntou. Fez três minutos de elogios, lendo-os de uma página que segurava nas mãos.

Para Suplicy, a sabatina foi "uma das melhores em conteúdo". Renan Calheiros (PMDB-AL) concordou. Ao todo, a sessão durou 6 horas e 31 minutos.

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