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Sócio de Pimentel deixa cargo em prefeitura

Situação de Otílio Prado se complica após revelação de que sua consultoria recebeu R$ 400 mil de empresa do filho

Antes de pedir para sair do cargo em BH, Otílio negou conflito de interesses entre sua firma e a prefeitura

DA ENVIADA A BELO HORIZONTE
DE BELO HORIZONTE
DE BRASÍLIA

Sócio do ministro Fernando Pimentel na P-21 Consultoria, Otílio Prado entregou o cargo de assessor da Prefeitura de Belo Horizonte.

Ele pôs sua cadeira à disposição na noite de ontem, após uma conversa com o prefeito Márcio Lacerda.

Incomodado com a exposição sofrida com a revelação de que Otílio acumulava o cargo na prefeitura com a participação na consultoria de Pimentel, Lacerda aceitou, sob o argumento de que era uma decisão de foro íntimo.

Otílio apresentará hoje seu pedido de exoneração. Sua situação se complicou desde que veio à tona a informação de que a P-21 recebeu R$ 400 mil de empresa que tem seu filho entre os sócios.

A QA Consulting, do filho de Otílio, teve contrato com uma empresa da Prefeitura, a Prodabel, durante a gestão de Pimentel na prefeitura, no valor de R$ 173,8 mil.

Hoje a Prodabel é chefiada por Paulo Moura, ex-secretário de Governo do petista. Sob Moura, a Prodabel, responsável por processamento de dados, firmou contrato de um ano com a QA Consulting, em agosto de 2010, no total de R$ 15.700. Com esse valor, não é exigida licitação.

Otílio Prado, filiado ao PSB, chegou à Prefeitura de BH pelas mãos do ex-prefeito Célio de Castro, no final dos anos 90, e se manteve no gabinete até ontem.

Com Pimentel, que era vice de Castro e o sucedeu após sua morte, Otílio permaneceu no gabinete do prefeito e se tornou muito próximo do atual ministro.

Foi seu secretário particular na prefeitura e, terminado o mandato, em 2009, passou a ser sócio de Pimentel na consultoria.

Com a chegada de Lacerda (PSB) à prefeitura, também pelas mãos do ministro, um de seus padrinhos políticos, Otílio foi mantido no gabinete como assessor, cargo que acumulou com a sociedade com Pimentel, segundo publicou o jornal "O Globo".

SEM CONFLITO

Em entrevista à Folha antes de pedir exoneração, o ex-sócio do ministro havia dito não ver conflito de interesses entre suas atividades na prefeitura e os serviços prestados para firmas interessadas em decisões do município.

Na entrevista, ele se recusou a informar detalhes das consultorias prestadas e jogou para Pimentel, que saiu da empresa em dezembro passado, a responsabilidade por fornecer informações sobre a P-21.

Sobre ser pai do dono da QA Consulting, disse: "Meu filho não tem nada a ver comigo. Não é o mesmo CPF, é?", perguntou.

Ele desligou o telefone afirmando estar "ocupado", quando a reportagem perguntou se ele influenciou na celebração de contratos de mais de R$ 90 milhões da prefeitura com a empreiteira Convap, outra cliente da P-21. (CATIA SEABRA, PAULO PEIXOTO E BRENO COSTA)

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