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Alckmin inflou ameaça, acusa ex-secretário

Ferreira Pinto diz que escutas em que membros de facção ameaçavam tucano 'não têm credibilidade' e são 'fanfarronice'

Questionado, tucano evita comentar críticas de seu ex-assessor e diz que Estado vive hoje 'em um outro tempo'

DE SÃO PAULO

O ex-secretário de Segurança Pública Antônio Ferreira Pinto acusou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) de faturar politicamente com as supostas ameaças de morte feitas por integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) captadas por escutas policiais.

"Ele está aproveitando para colher dividendos políticos", disse Ferreira Pinto em entrevista publicada ontem no jornal "Valor Econômico".

Segundo o ex-secretário, as escutas nas quais um integrante do PCC fala em "decretar" a morte do governador são conhecidas da cúpula da Segurança Pública desde 2011 e não têm nenhuma credibilidade: "A informação é importante desde que você analise e veja se ela tem ou não consistência. Essas gravações não tinham. Tanto que o promotor passou ao largo delas".

De acordo com Ferreira Pinto, o atual secretário da Segurança, Fernando Grella --então procurador-geral de Justiça do Estado-- também sabia que as gravações não tinham consistência.

"Veja, um deles, que é proeminente da facção [Marcola], disse que a facção diminuiu a taxa de homicídios. Isso é fanfarronice. Foi assim que o governo classificou, e está certo. Agora, quando um outro preso disse que ia decretar', que na gíria significa que vai matar o governador, não é fanfarronice? Foi no mesmo contexto, em 2011", declarou Ferreira Pinto.

Na época em que as gravações foram divulgadas, Alckmin declarou publicamente que não iria recuar: "Os bandidos dizem que as coisas ficaram mais difíceis para eles. Pois eu quero dizer que vão ficar muito mais difíceis. Nós não vamos nos intimidar, é nosso dever zelar pelo interesse público, lutar contra a criminalidade", disse no dia 11 de outubro, em Mirassol.

Uma pesquisa encomendada pelo PSDB após o episódio detectou alta na avaliação de Alckmin por sua "coragem".

Na entrevista de ontem, Ferreira Pinto criticou a atitude do tucano: "Lamentável. [Ele] deve ter suas razões. Eu acho que é mais pelo viés político. Porque na hora que diz não vou me intimidar', ele está também dando um upgrade' para a facção".

Nomeado secretário de Segurança em março de 2009 pelo então governador José Serra, Ferreira Pinto ficou no cargo até novembro de 2012, quando Alckmin o demitiu.

Questionado sobre as declarações, Alckmin foi evasivo: "Estamos em um outro tempo. Olha, eu acho que ele [Ferreira Pinto] fez, em seu tempo, um bom trabalho. Nós estamos em um outro tempo e hoje, neste momento, o [atual] secretário Grella está em Brasília em um encontro com o ministro da Justiça, e nós vamos fazer um grande trabalho em conjunto [para combater os black blocs']".


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