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PM preso com R$ 159 mil acusa petista de caixa dois

Delator de esquema no Esporte afirma que recebeu o dinheiro para se calar

Ele acusa governador do DF, Agnelo Queiroz, de tentar comprar seu silêncio; petista diz que não há prova contra ele

FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O policial militar João Dias Ferreira, preso anteontem na sede do governo do Distrito Federal com pelo menos R$ 159 mil em um saco, disse em depoimento que a campanha do ano passado do governador Agnelo Queiroz (PT) recebeu R$ 500 mil ilegalmente, por meio de "caixa dois".

Ferreira é dono de duas ONGs que desviaram mais de R$ 3 milhões do ministério do Esporte, quando Agnelo era ministro e também na gestão de Orlando Silva -que caiu após suas acusações.

Ele foi solto pela Polícia Civil após pagar fiança de R$ 2 mil por injúria, mas voltou a ser preso ontem pela corregedoria da PM por ter agredido um colega de corporação.

À corregedoria o PM disse que os R$ 159 mil eram propina para que não delatasse esquemas de "caixa dois" não apenas na campanha de Agnelo, mas também na do ex-presidente Lula em 2006.

De acordo com sua versão, o atual secretário de Governo Paulo Tadeu recebeu R$ 1 milhão como forma de pagamentos de dívidas "regionais e presidenciais" da campanha de Lula em 2006.

Em 2010, quando Agnelo era candidato, o PM disse ter mediado um acordo com dois doleiros para que eles dessem R$ 500 mil ilegalmente à campanha do hoje governador, em troca de cargos.

O policial disse ainda que, no último domingo, recebeu R$ 200 mil (dos quais saíram os R$ 159 mil) de um irmão e da chefe de gabinete de Paulo Tadeu, para que ele não "detonasse o governo do DF".

Segundo o advogado de Ferreira, André Cardoso, o policial aceitou a quantia para poder gravar a entrega.

Agnelo disse que "está sendo alvo de uma denúncia infundada", sem prova. Tadeu disse que as acusações são uma "farsa".

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