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Mensalão - as prisões

Dirceu diz ser 'preso político' e critica STF

Ex-ministro petista se apresentou à PF em São Paulo na noite de ontem

Em nota, homem forte do governo Lula disse que foi condenado sem provas em julgamento 'de exceção e político'

DE SÃO PAULO

No dia em que se apresentou à Polícia Federal para começar a cumprir pena de prisão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu divulgou nota na qual se define como um "preso político de uma democracia sob pressão das elites".

Dirceu chegou à sede da Superintendência da PF em São Paulo, no bairro da Lapa, por volta das 20h20 de ontem.

O petista diz que pedirá a revisão criminal e apelará às cortes internacionais contra a decisão do Supremo.

No Twitter, o filho de Dirceu, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), disse que se despediu do pai com o "abraço mais difícil e forte" de seus 35 anos de vida.

Dirceu classificou o julgamento do mensalão, iniciado em agosto de 2012, como "de exceção e político" e diz que foi "condenado sem provas".

Durante seu deslocamento até a PF, Dirceu afirmou que espera "justiça no que diz respeito aos direitos dos réus" do julgamento do mensalão tucano --processo sobre o financiamento ilegal da campanha à reeleição do governador de MG, Eduardo Azeredo (PSDB), em 1998.

O STF condenou o ex-ministro pelos crimes de corrupção ativa, por 8 votos a 2, e formação de quadrilha, por 6 a 4. A maioria dos ministros da Corte concluiu que Dirceu comandou a organização do mensalão com o objetivo de corromper parlamentares e garantir apoio no Congresso para o governo Lula.

Os ministros que condenaram Dirceu justificaram seus votos apontando um conjunto de circunstâncias. Ele era o homem forte do governo, reuniu-se diversas vezes com os operadores do mensalão e uma de suas ex-mulheres recebeu favores do grupo.

Por isso, o STF concluiu que era o ex-ministro quem comandava o esquema.

"Esta é a segunda vez em minha vida que pagarei com a prisão por cumprir meu papel no combate por uma sociedade mais justa e fraterna", escreveu o petista

Em 1969, Dirceu era um dos 15 presos políticos que foram trocados pelo embaixador americano Charles Burke Elbrick, sequestrado por opositores ao regime militar.

Dirceu passou os últimos dois dias em Vinhedo (SP), acompanhado das ex-mulheres e de seus quatro filhos.

Pela manhã, Dirceu disse à colunista da Folha Mônica Bergamo que a prisão não o afastará da política."Vou continuar lutando", disse: "Nenhuma prisão vai prender a minha consciência".

Dirceu criticou a imprensa e chamou de "linchamento" a publicação de fotos dele com a namorada e a filha numa praia na Bahia: "O que eu não posso aceitar é essa coisa medieval, de Inquisição. Não basta as pessoas serem condenadas, elas têm que ser linchadas?".


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