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Ministro repassou outra denúncia de cartel à PF, diz revista
Segundo a "Veja", cartas foram enviadas por ex-funcionário da multinacional Mitsui
A Polícia Federal recebeu em setembro mais duas cartas anônimas com denúncias de fraude em licitações de trens e pagamento de propina por empresas que fizeram negócios com o governo do Estado de São Paulo, de acordo com a revista "Veja".
Segundo a revista, o autor das cartas é um ex-funcionário da multinacional japonesa Mitsui, uma das empresas investigadas por suspeita de formação de cartel para fraudar licitações do Metrô e da CPTM durante administrações do PSDB no Estado.
Escritas em inglês, as cartas teriam sido enviadas à embaixada do Brasil em Tóquio e depois repassadas à PF pelo ministro da Justiça, o petista José Eduardo Cardozo, a quem a PF está subordinada.
Na semana passada, Cardozo foi criticado pelo PSDB por ter repassado à PF outro pacote de documentos apócrifos, atribuídos a um ex-funcionário da Siemens, que aponta políticos tucanos como destinatários de propina.
Ontem, o jornal "Correio Braziliense" noticiou que em 2002, recém-eleito deputado federal, Cardozo se reuniu duas vezes com o consultor Arthur Teixeira, indiciado pela PF sob suspeita de repassar propina do cartel a políticos e funcionários públicos.
O advogado de Teixeira, Eduardo Carnelós, disse que Cardozo procurou o consultor para falar sobre transporte metroferroviário e energia, temas que "poderiam ser objeto de sua atuação no exercício de seu mandato", e que as conversas não trataram "de nenhum projeto específico".
"Não me lembro de ter recebido essas pessoas, mas não descarto a possibilidade de ter recebido essas pessoas a pedido de alguém", disse Cardozo.