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Análise Datafolha

Pesquisa traz série de más notícias para o tucano-kassabismo

Nome mais viável do PSDB, José Serra é também o campeão de rejeição, o que mantém dilema no partido

VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

PRESTÍGIO DE LULA SERÁ DECISIVO PARA HADDAD, QUE AINDA NÃO CONQUISTOU NEM MESMO OS SIMPATIZANTES DO PRÓPRIO PARTIDO

A pesquisa Datafolha publicada hoje traz uma série de más notícias combinadas para PSDB e PSD, que venceram as duas últimas eleições para a Prefeitura de São Paulo.

A primeira delas é que o nome mais viável para uma eventual aliança entre os dois partidos, o do ex-governador e ex-prefeito José Serra, é também o campeão de rejeição -o que torna arriscado apostar no sucesso dessa eventual saída, que hoje, o próprio Serra descarta.

A segunda é que, sem Serra, todos os nomes colocados na praça tanto entre os tucanos quanto entre os aliados do prefeito são "japoneses": pontuam no máximo 6%, patamar de Bruno Covas.

O terceiro revés no caminho da aliança é a altíssima taxa de rejeição do prefeito Gilberto Kassab. Além de ter voltado ao patamar de 40% de ruim e péssimo, Kassab é, hoje, um espanta-eleitor: 49% dizem que o apoio do prefeito seria razão para não votar em um candidato.

Por fim, para coroar o cenário ruim para o tucano-kassabismo, o ex-presidente Lula aparece na pesquisa como o grande eleitor em São Paulo -cidade onde o PT não vence desde o segundo turno de 2002, com o próprio Lula.

A única variação significativa fora da margem de erro entre as pesquisas de setembro e a atual, aliás, é esta: subiu de 40% para 48% o número de entrevistados que dizem que poderiam votar num nome indicado por Lula.

Não bastasse isso, o maior padrinho do PSDB, Geraldo Alckmin, não tem o mesmo peso, além de ter sua influência em curva descendente.

Tanto tempo antes da eleição, nenhum desses prognósticos é definitivo. O maior impacto da pesquisa deve ser, portanto, sobre a costura de candidaturas e alianças.

Serra continuará sendo pressionado a ser candidato, pelo fato de ser o mais bem posicionado no grid.

Mas a alta rejeição deve servir de combustível aos que pregam a renovação no partido, além de agir como fator refratário para que ele aceite uma candidatura para a qual já disse não estar disposto.

LULODEPENDÊNCIA

No PT, a boa notícia é o alto cacife de Lula e, em menor escala, de Dilma na eleição.

Se havia dúvida de que o ex-presidente se empenharia na sucessão, o cancelamento das prévias e a aclamação de Fernando Haddad trataram de dissipá-la.

Resta saber se empenho e potencial de transferência farão de Haddad-2012 o que foi Dilma-2010. O ministro

-mesmo na mídia há seis meses e sem rivais internos- por ora não é menos "japonês" que seus adversários.

Sua candidatura ainda não conquistou nem os simpatizantes do PT, o que mostra que precisará de doses cavalares de Lula na veia.

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