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Em crise, governo do Paraná atrasa obras e pagamentos

Dezenas de construções e serviços foram afetados pela falta de verba, que já dura pelo menos quatro meses

Situação é considerada um 'sufoco' pela própria gestão, que teme não conseguir cumprir as metas de campanha

ESTELITA HASS CARAZZAI DE CURITIBA

Sem dinheiro para pagar funcionários e fornecedores, o governo Beto Richa (PSDB), no Paraná, tem atrasado há pelo menos quatro meses pagamentos referentes a dezenas de obras e serviços.

Construções de rodovias pararam ou desaceleraram. Veículos policiais esperam conserto em oficinas. Não há aumentos para servidores desde setembro. E até obras da Copa foram afetadas.

Empresas contratadas pelo governo dizem que acumularam dívidas pela falta de pagamento.

"Tem empresa em extrema dificuldade, que está se financiando para não deixar de pagar salários e fornecedores", diz Evaldo Kosters, diretor do Sindirepa (Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos).

A situação, considerada um "sufoco" pelo próprio governo, é explorada pela oposição. O PT, que deve lançar a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) como candidata ao governo em 2014, acusa Beto Richa de má gestão.

O ex-governador e senador Roberto Requião (PMDB), outro possível candidato, gravou vídeo em frente a obras paradas e afirma que Richa "não começou a governar".

REAÇÃO

A gestão tenta reagir. Com nova secretária desde outubro, a Fazenda fechou o cofre para reavaliar prioridades.

A dívida é de R$ 700 milhões. O orçamento anual, de R$ 29 bilhões. Ou seja, o Estado deve cerca de 30% das despesas mensais.

Com metas estipuladas na campanha de 2010, o governo teme não conseguir cumprir o que prometeu.

O Estado teve alta de 17% na receita neste ano, mas gastou no mesmo ritmo. Desde 2012, com a contratação de policiais e novos reajustes a professores, o Paraná atingiu o limite de gastos com pessoal fixado por lei.

E a receita de transferências federais cresceu menos que o esperado --apenas 5%.

Além disso, empréstimos internacionais aprovados em órgãos como Banco Mundial não foram liberados pelo Tesouro, diante do estouro de gastos com o funcionalismo.

Mesmo sem o dinheiro garantido, o governo começou as obras a serem financiadas pelos empréstimos.

"Todo mundo foi gastando e gastando", diz a secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira. "Pensavam: amanhã sairá o empréstimo. Não saiu."

A situação, agora, é de aperto total, ainda que os empréstimos sejam esperados para breve --o Tesouro deve autorizar as operações.

O salário do funcionalismo, promete o governo, está confirmado. As dívidas com fornecedores devem ser quitadas até março. Mas espaço para "respirar", diz a Fazenda, só em 2015.


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