Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Alstom contratou empresa ligada a gerente do Metrô

Governo estadual afastou funcionário de estatal após revelação de sociedade com companhia sob suspeita

Além de ser subcontratada, firma investigada ganhou sete contratos do Metrô entre 2008 e 2010

DE SÃO PAULO

A Alstom subcontratou uma empresa para prestar serviços na linha 2 do Metrô que era ligada a um funcionário da própria companhia do governo paulista.

A subcontratada, a Façon Eletromecânica, recebeu R$ 28,3 milhões por serviços de montagem e sinalização, conforme o jornal "O Globo" de ontem.

Originalmente, o contrato era de R$ 8,9 milhões. Os R$ 28,3 milhões foram pagos pelo próprio Metrô, já que a subcontratação tem de ser autorizada pela companhia.

O contrato foi assinado em abril de 2005 e, após dois meses, o Metrô autorizou a Alstom a fazer a subcontratação.

A Façon é uma das empresas investigadas pela Polícia Federal no inquérito que apura se a alemã Siemens participou de cartel e pagou propina a servidores e políticos do governo de São Paulo, sob o comando do PSDB.

O gerente de manutenção do Metrô, Nelson de Carvalho Scaglione, foi exonerado anteontem. Um funcionário do setor de manutenção disse à Folha que "Nelson é sócio oculto da Façon e todo mundo no Metrô sabia disso".

A ligação de Scaglione com a Façon ocorria por via indireta: ele foi sócio dos sócios da Façon, a subcontratada.

O controle societário é complexo. Scaglione e seu filho eram sócios da Celog III, que por sua vez tinha participação da Façon Empreendimentos. Dois sócios da Façon Eletromecânica, Edson Buono Nakano e Eduardo Kengi Hirai, criaram a Façon Empreendimentos.

No período de vigência da sociedade, 2008 a 2010, a Façon Eletromecânica obteve sete contratos com o Metrô.

Scaglione foi citado num documento apócrifo de 2008, cuja autoria é atribuída a um ex-diretor da Siemens. O texto o acusa de receber pagamentos mensais da MGE, firma apontada como uma das usadas para pagar propinas.

Segundo o executivo, "Nelson Scaglioni [com "i"] é a eminência parda do Metrô SP. Ele está na folha de pagamento da MGE há 10 anos. Ele controla diversas licitações no Metrô SP, como, por exemplo, as dos lucrativos contratos de reforma de motores de tração do Metrô SP, onde a MGE deita e rola".

OUTRO LADO

A Folha não conseguiu localizar Scaglione nem os sócios da Façon. A Alstom afirmou em nota que a subcontratação foi legal e decorreu da "complexidade técnica dos projetos e da necessidade de assegurar a disponibilidade de todos os materiais e serviços".

O Metrô afirmou em nota desconhecer a ligação de Scaglione com a Façon e não explicou sua exoneração.

O secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse que Scaglione "já apresentou [uma] série de motivos" para explicar sua ligação com a Façon. Disse, segundo o secretário, que é sócio da Celog, que apenas foi sócia da Façon num empreendimento imobiliário.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página