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Tumor de Lula regride 75%, e médicos descartam cirurgia

Ex-presidente deve retomar atividades em março, prevê equipe médica

Lula terminou ontem quimioterapia e agora fará radioterapia para tentar eliminar de vez o câncer na laringe

Ricardo Stuckert/Divulgação/Instituto Lula
Médico Roberto Kalil Filho cumprimenta Lula e Marisa Letícia no hospital Sírio-Libanês, onde o ex-presidente fez exames
Médico Roberto Kalil Filho cumprimenta Lula e Marisa Letícia no hospital Sírio-Libanês, onde o ex-presidente fez exames

DANIEL RONCAGLIA
DE SÃO PAULO

O tumor na laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma redução de 75% em seu tamanho após tratamento quimioterápico.

Depois de uma bateria de exames realizada ontem, a equipe médica do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, descartou de vez a necessidade de uma cirurgia.

Lula foi ao hospital para se submeter à terceira e última fase da quimioterapia. Hoje, ele deve receber alta.

"Houve uma redução expressiva no tamanho do tumor", disse o médico de Lula, Roberto Kalil Filho.

Os médicos informaram que, em janeiro, o ex-presidente irá iniciar tratamento de radioterapia para tentar eliminar de vez o tumor. Essa etapa deve durar de seis a sete semanas.

As sessões de radioterapia serão diárias, mas o ex-presidente não deve ficar internado durante o período.

Nesse tratamento, ele receberá uma dose menor de medicamentos quimioterápicos, que têm a função de potencializar o efeito da radioterapia, segundo os médicos.

Para eles, a voz do ex-presidente pode ser afetada durante a radioterapia.

A expectativa, de acordo com os médicos, é que o ex-presidente volte a suas atividades normais em março.

"Se existe um caminho que leva à cura, esse caminho forçadamente passa por esse estágio [da radioterapia]", afirmou o médico Artur Katz.

Segundo ele, o resultado do tratamento até o momento foi extraordinário. "Nós evidentemente esperávamos encontrar uma redução [do tumor]. Mas nem sempre ela é tão expressiva", disse.

CORDAS VOCAIS

De acordo com os médicos, as cordas vocais de Lula estão com mobilidade normal e ele não apresenta dificuldade de deglutição. A laringe tem apenas um abalo residual e está aparentemente saudável, segundo a equipe.

O diagnóstico foi feito em outubro após o ex-presidente ter reclamado de rouquidão. Dias antes, ele tinha comemorado 66 anos.

Quando foi diagnosticado, em 29 de outubro, o tumor classificado como de agressividade média tinha diâmetro de 3 centímetros - próximo ao de uma moeda de R$ 1.

Ontem, Lula chegou ao hospital às 7h30. Sorridente, cumprimentou os funcionários. Mas Kalil Filho revelou que Lula estava tenso. "Ele é um ser humano como nós."

Segundo Kalil, os resultados foram recebidos com alívio por Lula e pela equipe.

Ontem, o ex-presidente foi submetido a uma tomografia, uma ressonância e uma laringoscopia. Fez ainda um PET-Scan, que faz uma busca mais precisa de possíveis novos focos do câncer.

O resultado surpreendente levou os médicos a antecipar a última sessão de quimioterapia, marcada inicialmente para hoje.

Kalil disse que Lula sofreu efeitos colaterais da quimioterapia apenas na primeira fase, e em grau reduzido.

Colaborou FLÁVIO FERREIRA, de São Paulo

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