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Pará faz separatistas reverem estratégia

Deputados que defendem divisão de outros Estados querem evitar erros que teriam causado derrota no domingo

Concentração da população nas áreas que tendem a perder com a divisão prejudica regiões pró-separação

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Os deputados federais autores de projetos de plebiscitos que propõem a divisão de Estados preparam estratégias para evitar a repetição do resultado de anteontem sobre o desmembramento do Pará.

Gonzaga Patriota (PSB-PE), autor da proposta que cria o Estado do Rio São Francisco a partir da Bahia, diz que a "curta campanha" em Belém atrapalhou os planos dos separatistas do Pará.

"Quero começar uma campanha agora para tentar fazer o plebiscito na Bahia apenas em 2014. Vou começar o movimento pelo outro lado, mostrar para todos os baianos que não haverá prejuízos com a divisão do Estado."

O deputado Paes Landim (PTB-PI), autor do projeto que cria a Gurgueia a partir da divisão do Piauí, afirma que propor a criação de dois novos Estados de uma única vez também pesou para o resultado no Pará. "A população se assustou", justifica.

Outro problema na campanha separatista apontado por Ribamar Alves (PSB-MA), que propõe a criação do Maranhão do Sul, foi que as pessoas que lutaram pela emancipação de Tapajós e Carajás não nasceram na região.

Uma das maiores dificuldades vistas pelos deputados separatistas diz respeito à diferença populacional da região separatista com a que restaria do Estado original.

No Pará, o número inferior de eleitores de Tapajós e Carajás é apontado como um dos motivos da derrota do desmembramento. Dos cerca de 7,5 milhões de paraenses, apenas 2,8 milhões encontram-se hoje nas regiões que queriam a emancipação.

Essa situação se repete em 5 dos 6 Estados que contam com propostas de divisão de território no Congresso.

O único caso contrário é o de Mato Grosso. Os dois novos possíveis Estados, Araguaia (640 mil) e Mato Grosso do Norte (1,2 milhão), têm juntos mais habitantes do que o que restaria do Estado original (1,2 milhão).

Esse projeto está pronto para ser analisado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

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