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Proibido, 'rolezinho' acaba em violência

Após liminar da Justiça de SP vetar encontro em shopping, PMs e jovens entram em confronto em Itaquera

Cerca de 3.000 jovens foram ao local, diz shopping; policiais militares dispararam balas de borracha

ANA KREPP BRUNO POLETTI DE SÃO PAULO

Após decisões da Justiça que vetaram a realização de "rolezinhos" em seis shoppings do Estado, um encontro no shopping Metrô Itaquera terminou com bombas de gás e balas de borracha disparadas pela Polícia Militar na tarde de ontem.

Segundo o centro comercial, cerca de 3.000 jovens compareceram. Dois maiores de idade foram detidos, um por furto e outro por roubo, e um adolescente foi apreendido por roubo, segundo a PM.

Além do shopping de Itaquera, as liminares (decisões provisórias) beneficiaram: JK Iguatemi e Campo Limpo, na capital; Parque D. Pedro e Iguatemi, em Campinas; e CenterVale, em São José dos Campos. Nestes, porém, não houve registro de casos violência.

Os "rolezinhos" são encontros que atraem centenas de jovens que entram pacificamente em centros comercias e, uma vez lá dentro, promovem correria. O do Metrô Itaquera foi um dos quatro eventos do tipo marcados para ontem. Os outros seriam no JK Iguatemi, Campo Limpo e Aricanduva, mas não ocorreram.

O ato no Metrô Itaquera começou de forma tranquila. Os primeiros jovens chegaram por volta das 17h. "Só vim aqui encontrar umas mina' e dar beijo na boca", disse Rodney Batista, 20.

PMs, seguranças e oficiais de Justiça revistaram jovens que chegavam em grupos. Aqueles com mais de 18 anos tiveram os dados anotados e receberam uma cópia da liminar, que determina multa de R$ 10 mil a quem fosse identificado causando tumulto. A maior parte, porém, era adolescente. Foram entregues cerca de 30 cópias da liminar, segundo a PM.

Com a entrada dos jovens no centro comercial, os corredores foram ficando lotados. De forma repentina, alguns grupos começaram a correr e gritar: "Ôôôôô". Outros faziam barulho com os pés.

A situação assustou frequentadores e chamou a atenção dos policiais. Um deles usou cassetete para dispersar um grupo.

Com o aumento da correria, lojistas fecharam as portas, e as entradas do shopping foram bloqueadas. Uma funcionária passou mal e foi atendida pelos bombeiros.

Segundo o shopping, não foram registrados casos de feridos na noite de ontem.

TUMULTO

"Esses moleques não têm educação de gente. Animal tem que tratar como animal, não tô nem aí se derem borrachada", disse Adenizia Maria da Silva, 49, que fazia compras e ficou presa dentro da Magazine Luiza com o neto de um ano e noves meses.

Os jovens começaram a sair do shopping, mas mesmo do lado de fora foram alvo de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

A PM disse que as medidas de repressão foram necessárias "devido ao tumulto".

A Folha presenciou um policial segurando um jovem pelo pescoço.

Por volta das 19h, a situação já havia voltado ao normal. Outro "rolezinho" está marcado no mesmo shopping para o próximo sábado.


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