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'Eu pago a minha conta', diz Dilma sobre gasto em Lisboa

Dilma não falou por que escala em Portugal não foi divulgada na agenda

Chef de restaurante frequentado pela petista disse ter recebido visita de equipe dela na véspera

DA ENVIADA ESPECIAL A HAVANA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LISBOA DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff rebateu ontem as críticas à escala que fez em Lisboa no sábado, sem divulgação na agenda, entre compromissos oficiais na Suíça e em Cuba, e disse não ter usado recurso público para pagar a conta do restaurante que frequentou com sua comitiva.

"Eu posso escolher o restaurante que for, desde que eu pague a minha conta. Eu pago a minha conta", disse Dilma em Havana, onde participa da 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos.

Dilma afirmou fazer essa exigência a todos os ministros. "Não tem a menor condição de alguma vez eu usar cartão corporativo. Eu não faço isso porque considero oportuno que eu dê exemplo, diferenciando o que é consumo privado do que é consumo público", acrescentou.

A passagem por Lisboa gerou polêmica por três motivos. O primeiro envolve o sigilo da operação. A Presidência não divulgou a escala na agenda oficial de sábado --a presença dela em Portugal foi revelada pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Ontem, Dilma não falou sobre a omissão.

O segundo questionamento envolve os custos da parada em Portugal, onde a presidente não tinha nenhum compromisso oficial. Uma parte da comitiva ficou no mesmo hotel que Dilma, o luxuoso Ritz Four Seasons, onde as diárias vão de R$ 1.188 a cerca de R$ 27 mil. Outra parte, ficou no hotel Tívoli.

No sábado à noite, parte do grupo jantou no Eleven, que tem uma estrela no prestigiado guia "Michelin".

Por fim, a explicação da Presidência sobre a parada em Lisboa tem lacunas. Na segunda-feira, o chanceler Luiz Alberto Figueiredo disse que a escala era necessária porque o avião presidencial, o Aerolula, não tem autonomia de vôo para ir direto da Suíça a Cuba.

Ele também afirmou que a opção por Lisboa não foi divulgada antes porque tratou-se de "uma decisão que só foi tomada no dia da partida" --os Estados Unidos eram a outra opção da comitiva.

Segundo a edição de ontem do jornal "O Estado de S. Paulo", porém, a passagem por Portugal foi comunicada ao governo local dois dias antes. E, à Folha, o chef do Eleven disse que recebeu funcionários da Embaixada do Brasil em Lisboa para uma "vistoria" na sexta-feira, o que indica que o destino já estava acertado previamente.

Ontem, na coletiva, Dilma disse que Boston, Pensilvânia ou Washington eram opções, além de Portugal.

A embaixada em Washington disse à Folha não ter recebido pedido para reservas em hotéis. O Consulado do Brasil em Boston confirmou que foi alertado pela Presidência antes da viagem para Davos sobre a possibilidade de parada técnica na cidade. Segundo o consulado, não chegaram a ser feitas reservas porque a comitiva só fez uma consulta prévia.

A oposição questiona a viagem de Dilma a Lisboa no Ministério Público Federal e na Comissão de Ética Pública da Presidência.


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