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Jurista critica declarações de ministro do STF
MARINA DIAS DE SÃO PAULOO advogado Celso Antônio Bandeira de Mello classificou como "escandalosas" as declarações do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes sobre possível lavagem de dinheiro nas doações feitas a petistas condenados pelo mensalão.
Professor da PUC-SP e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o jurista disse à Folha que Mendes "faz acusações sem provas". "Ele irroga a terceiros a prática de um crime sem indícios e isso, vindo de um ministro da Suprema Corte, é escandaloso".
Bandeira de Mello também é amigo do ex-presidente do PT José Genoino e foi uma das 2.620 pessoas que doaram ao petista para ajudá-lo a pagar a multa de R$ 667,5 mil imposta pela Justiça.
A doação de Bandeira de Mello foi no valor de R$ 10 mil, quantia acordada entre outros advogados que participaram da campanha.
"Como doador, me senti ofendido, porque Gilmar Mendes lançou publicamente uma suspeita sem provas e fui atingido por ela. Estou chocado", afirmou o jurista.
O ministro do STF disse que achava "muito esquisito" o fato de Genoino e de o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares terem arrecadado, juntos, cerca de R$ 1,7 milhão com "grande facilidade".
Para ele, o sistema de doações deveria ser investigado pelo Ministério Público.
Os dois petistas promoveram campanhas de arrecadação em sites na internet que devem ser repetidas com o ex-ministro José Dirceu e o deputado João Paulo Cunha.
FALTA DE LÓGICA
Bandeira de Mello disse ainda que "não vê lógica" na tese sobre lavagem de dinheiro. "O montante é grande porque as pessoas que doaram consideraram o julgamento do mensalão injusto."
O jurista afirmou que pretende doar para Dirceu e que só não doou para Delúbio porque "não era muito próximo" do ex-tesoureiro do PT.