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Mulher de Padilha vai cuidar de redes sociais
Thássia Alves receberá cerca de R$ 10 mil para atuar na campanha ao governo de SP
Jornalista participará de reuniões com mulheres e jovens do PT para ajudar a montar programa de governo
A postura ligeiramente agressiva do homem que abordou Alexandre Padilha ainda em cima do palco durante um evento em Ilha Comprida (SP), no mês passado, fez levantar as sobrancelhas da jornalista Thássia Alves. "Quero falar com você. E tem que ser agora!", dizia Cristiam Máximos Pereira Borges.
Na primeira fila da pequena plateia, a mulher do pré-candidato do PT ao governo de São Paulo notou rapidamente a movimentação. Apressou-se em perguntar se o agitado homem era conhecido de alguém à sua volta e, diante das respostas negativas, pediu ajuda a um assessor do ex-ministro da Saúde para monitorar a situação.
Cristiam dizia estar sem atendimento médico há meses para tratar de uma dor na perna. "Se o senhor fosse eleito governador, o que faria pela nossa medicina?", perguntou a Padilha. "Trouxe mais médicos e vamos trazer ainda mais", respondeu o petista, observado por uma Thássia visivelmente aliviada.
Supervisionar a imagem do ex-ministro enquanto ele discursa em público, sem se descuidar de imprevistos que possam prejudicá-lo, é uma das funções assumidas pessoalmente por Thássia.
Aos 28 anos, a brasiliense deixou o emprego na assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social para acompanhar Padilha na "Caravana Horizonte Paulista", que passou por 28 cidades em doze dias para fortalecer a imagem do petista no Estado --até junho, outros percursos estão previstos pelo interior e litoral.
Nos eventos de caráter mais político, Thássia prefere acompanhar a equipe de assessores, a alguns passos de distância de Padilha, liberando-o para o beija-mão. Caso desapareça de seu campo de visão por alguns minutos, porém, é comum ouvir do petista: "Onde está a Thássia?".
E foi à procura dela que Padilha apareceu de surpresa em uma festa do setor de comunicação do Ministério da Saúde, em 2012. Ninguém entendeu o que o ministro, apelidado de "abacaxi" por seu hábito de procurar (e achar) trabalho até tarde da noite, fazia naquele evento.
Mas ele agiu com naturalidade. A jornalista que o interessava havia sido apresentada a ele por um de seus principais assessores, Antônio Leônidas Albuquerque, e o então ministro estava decidido a investir na relação.
Thássia resistiu por algum tempo, mas logo engatou o namoro. Resolveu mudar de emprego pois não queria namorar o chefe. Assumiu então um cargo na assessoria de imprensa da UnB (Universidade de Brasília) e, meses depois, foi contratada para a mesma função no Ministério do Desenvolvimento Social.
Os dois moram juntos há pouco mais de um ano, mas não se casaram no papel. Segundo amigos, estão muito apaixonados para se preocuparem com formalidades.
O ex-ministro anuncia formalmente Thássia em todos os eventos. "Companheira", "esposa" e "mulher" são as palavras usadas para se referir a ela publicamente. Longe dos eventos, preferem o tradicional "meu amor".
FUNÇÃO
A jornalista será responsável pelas redes sociais de Padilha na campanha --atualizará os perfis no Facebook, Instagram e Twitter, este com quase 100 mil seguidores.
O presidente do PT-SP, Emidio de Souza, já ofereceu a ela um cargo na executiva estadual do partido, assim como fez com Padilha, com salário de cerca de R$ 10 mil.
A partir da próxima semana, Thássia vai participar dos grupos de mulheres e da juventude do PT que irão contribuir para um futuro programa de governo de Padilha.
Durante eventos ao lado dele, Thássia aposta nas roupas mais discretas, como calça comprida e camisa. O rímel destaca os olhos azuis e os cabelos pretos, soltos até o meio das costas, escondem a borboleta tatuada na nuca e o piercing no alto da orelha direita. Esses recursos garantem o visual mais sério construído para uma pré-candidata a primeira-dama paulista.
