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Outro Lado

Caixa diz que houve erro em seu sistema e investiga o caso

Corretora que vendeu os títulos no mercado atribui ao banco estatal os problemas com os papéis que negociou

DE BRASÍLIA

A Gestora de Recebíveis Tetto, que comercializou créditos imobiliários de baixo ou nenhum valor no mercado, atribuiu os problemas dos papéis à Caixa Econômica Federal. A empresa disse que obedece "às autoridades envolvidas, inclusive a Caixa e suas informações".

E complementa: "Se houvesse erro, não seríamos capazes de emitir os créditos. E nós não acreditamos que uma instituição idônea como a Caixa tenha cometido erros ao fornecer uma informação que nos levasse a esse tipo de situação".

A Caixa informou, por meio de sua assessoria, que instaurou sindicância para apurar o que chama de erro provocado pela empresa que presta serviços de informática. Também iniciou processo interno para punir os eventuais responsáveis.

O banco entende que os vendedores sabiam que os créditos eram problemáticos.

A instituição financeira disse que, pela legislação, "não vende nem participa" das negociações de contratos imobiliários e que a Tetto "comercializou diversos créditos por meio de instrumentos particulares, dos quais a Caixa não participa".

O Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, defendeu os investimentos feitos e afirma que estuda entrar com ação judicial contra a Caixa para "preservar o patrimônio dos seus participantes".

O fundo afirma que tinha conhecimento do processo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) contra a corretora carioca Tetto antes da compra, mas informa que ele "não tem vinculação com o atual problema".

De acordo com nota da instituição, seu presidente Alexej Predtechesnky "se tornou presidente do Postalis por indicação técnica da bancada do PMDB no Senado Federal". Predtechesnky foi sócio do filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA).

O ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco (PMDB), responsável pela área da Caixa na qual houve o apagão no sistema, disse que só soube do problema depois que saiu do banco.

"Meu cargo era de natureza decisória, e este problema não teria chegado a mim", disse Moreira Franco.

No processo, a Caixa também responsabiliza a corretora ASM, mas a Justiça considerou os indícios insuficientes. A ASM informou que pretende colaborar com a Caixa em suas apurações.

O BRB, um dos compradores dos títulos de baixo ou nenhum valor, informou que abriu um processo administrativo para investigar as compras de títulos. Santander, Bradesco e o fundo de investimento Aymoré não responderam.

O BNY Mellon informou que é administrador dos fundos que adquiriram os papéis da Tetto e, nessa posição, não é responsável por decidir quais investimentos são feitos. Esse papel, disse, cabe aos gestores do fundo.

A Vision, outra empresa apontada pela Caixa, informou que administra lotes que não tiveram problemas.

O Real Grandeza, apontado pela Caixa como comprador, afirmou que não adquiriu papéis com problemas e que fez um investimento num fundo da ASM em 2006 e os mantêm em sua carteira.

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