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Cotidiano em cima da hora

Morre o carnavalesco Joãosinho Trinta

Polêmico e criativo, maranhense foi um dos principais responsáveis por modernizar o Carnaval do Rio de Janeiro

Aos 78 anos, ele estava internado em São Luís desde o dia 3 e morreu de choque séptico; enterro será na segunda

de são paulo

O carnavalesco Joãosinho Trinta, 78, morreu ontem em São Luís (MA), sua cidade natal. Polêmico, criativo e fiel à máxima de que "Pobre não gosta de pobreza, gosta de luxo", o maranhense foi um dos principais responsáveis por modernizar o Carnaval do Rio.

Ele estava no UDI Hospital desde o dia 3. Segundo o hospital, morreu às 10h (11h de Brasília) em decorrência de choque séptico (infecção generalizada), causado por uma série de problemas, como pneumonia e infecção urinária.

Joãosinho Trinta já havia ficado hospitalizado em São Luís em maio e junho. Ele passou a se locomover em cadeira de rodas em 2005, após o segundo acidente vascular cerebral -o primeiro foi em 1997.

O corpo seria velado à tarde no Museu Histórico e Artístico do Maranhão e levado à noite para o Teatro Arthur Azevedo. O enterro será amanhã, no Cemitério do Gavião, às 10h30.

CRISTO PROIBIDO

Nascido João Clemente Jorge Trinta, em 1933, o carnavalesco, artista plástico, cenógrafo e bailarino chegou ao Rio em 1951, aos 18 anos -antes era escriturário. Cinco anos depois, passou a integrar o Balé do Teatro Municipal do Rio.

Em 1963 ingressou no Salgueiro e ajudou em "Xica da Silva", enredo campeão. Criador dos grandes carros alegóricos, só "assinou" um desfile em 1974, também na escola.

Repleta de sucessos, sua carreira foi polêmica. Em 1989, a Beija-Flor, sob seu comando, foi impedida pela Justiça a pedido da Igreja, de usar a imagem de um Cristo mendigo no enredo "Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia".

Joãosinho então a envolveu em plástico preto, com uma faixa: "Mesmo proibido, olhai por nós". A escola foi vice, atrás da Imperatriz, mas seu desfile foi histórico.

O carnavalesco dirigiu a Beija-Flor por 17 anos. Atuou ainda na Grande Rio, na Viradouro, Rocinha e na Vila Isabel, onde montou seu último desfile. Afastou-se em 2006.

Atualmente, trabalhava na Secretaria de Cultura do Maranhão em projetos da comemoração dos 400 anos de São Luís, em 2012.

Veja fotos da carreira
folha.com/fg5816

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