Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Não há provas de propina, afirma empresa holandesa
DE LONDRES DE BRASÍLIAA empresa holandesa SBM Offshore informou ontem que pagou US$ 139,1 milhões a um representante seu no Brasil, mas afirmou que, apesar dos indícios, não encontrou provas de que funcionários públicos receberam dinheiro.
A empresa, que atua na área de construção de plataformas de petróleo e tem contratos de aluguel com a Petrobras, confirma que o Brasil era um dos países-alvo de sua investigação interna sobre a suspeita de pagamento de propina entre 2007 e 2011.
A SBM não menciona o nome do seu representante no país. Seria o empresário Julio Faerman, citado numa denúncia de um ex-funcionário divulgada no site Wikipédia.
Faerman representou a SBM no Brasil até 2012 e afirmou que as acusações de pagamento a funcionários da Petrobras eram "caluniosas e difamatórias". De acordo com a denúncia na internet, ele ficava com 1% do valor dos contratos e repassava 2% a funcionários da Petrobras.
A SBM afirma que, dos US$ 139,1 milhões pagos, US$ 123,7 milhões foram para seu "agente primário", mas não informa quem recebeu a outra parte --US$ 15,4 milhões. Questionada pela Folha, a assessoria da empresa disse que esse dinheiro foi para "outros agentes de outras partes".
A SBM informa que duas empresas foram contratadas para trabalhar junto com uma auditoria interna e que todo o material coletado já foi entregue à Justiça dos EUA e da Holanda em 2012.
Na segunda-feira, a Petrobras havia divulgado o resultado de sua própria auditoria, afirmando que "não encontrou fatos ou documentos que evidenciem pagamento de propina a empregados" da empresa em relação aos contratos com a SBM.
A estatal disse ter fornecido esclarecimentos à Controladoria-Geral da União e ao Ministério Público Federal, que investigam o caso.