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Em 3 dias, governo reserva 14% das verbas de investimento do ano todo

LÚCIO VAZ
DE BRASÍLIA

Em apenas três dias da semana passada, o governo fez reservas no Orçamento (os chamados empenhos, despesas que o governo se comprometeu a fazer) no valor de

R$ 6,3 bilhões para investimentos em obras e serviços, ou 14,3% dos recursos de todo o ano até aqui (R$ 43 bi).

Apenas no mês de dezembro, os empenhos chegaram a R$ 12,4 bilhões, ou 28,3% do total -boa parte para emendas parlamentares, o que agradou congressistas.

O levantamento foi feito pela ONG Contas Abertas a partir de dados do Siafi (sistema informatizado que registra os gastos do governo) a pedido da Folha.

O empenho de recursos é um instrumento de reserva de dinheiro público. Ainda que não garanta o gasto, o que não é empenhado não pode ser futuramente usado.

Um decreto de 22 de novembro fixou o prazo de 16 de dezembro para que os empenhos fossem feitos. O objetivo era evitar o acúmulo de serviço nos últimos dias do ano, tradição em todos os governos. Mas a concentração foi apenas antecipada.

Técnicos do governo afirmam que, com a pressa, não houve tempo para uma escolha criteriosa dos programas atendidos. Dizem que foram incluídas até obras com suspeitas de irregularidades. As obras que ficassem de fora perderiam as verbas previstas no Orçamento deste ano.

O maior volume de recursos foi reservado em um dos principais alvos de suspeitas de corrupção neste ano, o Ministério dos Transportes:

R$ 1,74 bilhão de quarta a sexta-feira. O montante representa 13,3% dos empenhos feitos no ano pela pasta.

O maior percentual de concentração ocorreu no Desenvolvimento Agrário. Em 11 meses e meio, haviam sido reservados R$ 267 milhões. Em três dias, foram empenhados mais R$ 237 milhões.

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