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Executivos rebatem ex-diretor da Petrobras

Dois ex-conselheiros da estatal negam ter recebido com antecedência cópia de contrato de compra de refinaria

Jorge Gerdau e Fábio Barbosa corroboram o que disse Dilma e negam afirmação do advogado de Cerveró

DO RIO DE SÃO PAULO

Dois ex-conselheiros da Petrobras negaram ter recebido com antecedência cópia do contrato da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, contrariando a versão da defesa do ex-diretor da estatal, Nestor Cerveró.

Fábio Barbosa, presidente-executivo do Grupo Abril, e Jorge Gerdau, presidente do conselho da siderúrgica Gerdau, corroboraram a informação da presidente Dilma, que presidia o Conselho de Administração da Petrobras. Eles disseram que "não receberam previamente o contrato".

Na quarta-feira, Edson Ribeiro, advogado de Cerveró, disse que os conselheiros receberam toda a documentação com 15 dias de antecedência da reunião do conselho, que ocorreu no dia 3 de fevereiro de 2006. Nesse encontro foi discutida a compra de metade da refinaria, que pertencia ao grupo belga Astra.

Depois de uma briga na Justiça com o sócio, a Petrobras foi obrigada a adquirir os outros 50% e terminou pagando US$ 1,18 bilhão pela refinaria texana, que havia custado US$ 42,5 milhões para a Astra em 2005.

Dilma detonou uma crise política ao afirmar que só aprovou a compra porque se baseou em "resumo técnica e juridicamente falho", que não continha cláusulas contratuais prejudiciais à Petrobras. Cerveró, que presidia a diretoria internacional da estatal, elaborou o resumo.

Cláudio Haddad, presidente do Insper, disse que "não guardou os documentos por mais que os cinco anos necessários e, portanto, não tem como consultar para levantar detalhes". José Sérgio Gabrielli, que presidia a estatal na época, disse que "não vai comentar os ritos e procedimentos da Petrobras".

A assessoria de imprensa da Petrobras se negou a esclarecer com quanto tempo de antecedência os conselheiros tiveram acesso ao acordo de acionistas negociado entre a Petrobras e os belgas, que continha cláusulas lesivas para a estatal.

Documento interno da Petrobras obtido pela Folha mostra que, na véspera da reunião, os conselheiros já tinham acesso ao acordo de acionistas. Não foi possível estabelecer se esse documento já estava disponível com mais antecedência.

Um dia antes da reunião do conselho, a diretoria da estatal deu aval à operação tendo em mãos todos os documentos. O material poderia ter sido solicitado e consultado por assistentes designados para abastecer os conselheiros com informações mais aprofundadas, afirmaram ex-profissionais ligados à administração da empresa ouvidos pela reportagem.


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