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Planalto age para estancar queda e evitar 'volta, Lula'

A ordem é 'virar a agenda do governo e pacificar o Congresso'

NATUZA NERY VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

A queda nas intenções de voto da presidente Dilma vai realimentar o movimento pelo retorno do ex-presidente Lula à cédula eleitoral de 2014. A dúvida entre aliados dos dois é se o petista terá disposição de assumir a empreitada a depender do prazo de uma eventual troca.

Segundo a Folha apurou com auxiliares petistas, o que poderia fazer o "volta, Lula" se materializar no curto prazo seria uma decisão que partisse da própria Dilma --movimento que ninguém acredita que vá acontecer.

Ontem, após avaliação interna da pesquisa, o Palácio do Planalto definiu um plano de reação. A ordem é "virar a agenda do governo, pacificar o Congresso, acabar com qualquer tipo de CPI da Petrobras, fazer a presidente viajar mais e colocar os ministros para defenderem a administração Dilma".

O ponto principal da virada é a inflação. É o tema que mais preocupa o governo neste momento e de "solução nada simples", mas que precisa ser enfrentado.

Este roteiro, avaliam assessores, é essencial para não só estancar a queda nas pesquisas, mas também abafar o coro do "volta, Lula".

Entre os aliados do ex-presidente, o temor é perder o "timing" da troca. Dilma pode continuar em queda, mas em ritmo lento, chegando a um patamar de risco apenas depois da Copa. Neste caso, Lula pode avaliar que até sua candidatura correria risco.

A campanha velada pela substituição da petista pelo padrinho nas eleições deste ano surgiu no empresariado em 2012. Logo conquistou correntes do PT, atingiu o mundo político e hoje já movimenta análises e negócios do mercado financeiro.

Durante o fim de semana, após a divulgação dos resultados do Datafolha, analistas já apostavam que a Bolsa abriria em alta hoje.

Entre interlocutores de Lula, a avaliação é que Dilma precisa se livrar da agenda negativa que dominou o governo nas últimas semanas e, principalmente, mudar o sentimento da população de que a inflação vai seguir em alta.

Segundo estes auxiliares, a reação do governo tem de ocorrer antes da Copa, período de grande imprevisibilidade sobre o impacto do evento na popularidade de Dilma.

Correligionários da presidente apostam em manutenção da trajetória de queda nas intenções de voto, mas em ritmo lento e dentro da margem de erro. Ela voltaria a se recuperar em agosto, com a largada da campanha na televisão.

Esse cenário não chancelaria a troca de nomes. "A queda da presidente na pesquisa não serve para quem diz que ela já ganhou no primeiro turno e não serve para quem diz que ela perderia a eleição", avalia o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Setores do partido, porém, já definiram um "piso psicológico" para alterar o tabuleiro da eleição. Se Dilma cair para cerca de 30% das intenções de voto, a pressão pela troca aumentará.


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