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PT ouvirá explicação de Vargas, mas sigla resiste a expulsá-lo

Cúpula do partido cria comissão para colher versão de deputado que tem relações suspeitas com doleiro preso

No Twitter, petista disse ontem ter certeza de sua inocência e que irá prová-la 'de cabeça erguida'

MARINA DIAS DE SÃO PAULO

A Executiva Nacional do PT decidiu ontem enviar uma comissão formada por três dirigentes da sigla para ouvir o deputado licenciado e ex-vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), antes de instaurar uma comissão de ética no partido para analisar a relação do petista com o doleiro Alberto Youssef.

A ação foi uma resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, no início da semana, disse que Vargas deve "explicar à sociedade" sua ligação com o doleiro para que o PT "não pague o pato".

Segundo a Folha apurou, porém, a cúpula petista acredita que as possibilidades de expulsar o deputado do partido são, por enquanto, remotas, e que ele deve ser apenas advertido ao fim do processo.

"Previamente à instalação da Comissão de Ética [no partido], a Comissão Executiva Nacional decidiu ouvir o companheiro André Vargas a respeito dos fatos noticiados", disse o presidente nacional do PT, Rui Falcão, após reunião em São Paulo. "São fatos noticiados que, por si só, não incriminam ninguém."

Durante o encontro, que teve caráter extraordinário, representantes de alas mais à esquerda do PT defenderam a instauração imediata de comissão de ética no partido, enquanto dirigentes da ala majoritária fizeram coro a Falcão e conseguiram fechar a resolução por consenso.

O envio de uma comissão para ouvi-lo foi um pedido pessoal de Vargas, que disse ao deputado José Guimarães (PT-CE) que gostaria de se explicar pelo menos ao partido.

A avaliação da cúpula petista é que tanto Vargas como o PT ganharam tempo.

O Conselho de Ética da Câmara decidiu anteontem instaurar processo disciplinar que pode acabar na cassação de Vargas. A Casa deve decidir até 23 de abril se cabe dar prosseguimento ao caso.

Como o PT deixará para o fim do mês a instauração de sua comissão de ética, pode desistir da ideia caso a Câmara suspenda o processo.

A comissão que deve ouvir Vargas hoje é formada por um dos vice-presidentes do PT, Alberto Cantalice, pelo secretário de organização, Florisvaldo Souza, e Carlos Árabe, secretário de formação.

O temor de Lula e da cúpula do PT é que a crise tenha efeito nas eleições deste ano, principalmente em São Paulo e no Paraná.

Ontem, Vargas se defendeu via Twitter e disse ter certeza de sua inocência: "Estou certo de que não cometi ato ilícito e vou provar isso, de cabeça erguida".

O deputado pediu licença por 60 dias do mandato e renunciou à vice-presidência da Câmara anteontem.

A avaliação do PT é que, caso renuncie, Vargas tirará o ônus do partido e esvaziará o andamento do caso.


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