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Análise

Mercado de trabalho ainda tem vigor para enfrentar 2012

A EVOLUÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO VAI DEPENDER DA FORMA COMO O GOVERNO PRETENDE ENFRENTAR A CRISE ATUAL

JOÃO SABOIA
ESPECIAL PARA A FOLHA

A partir de 2004 o mercado de trabalho brasileiro mostrou uma recuperação notável, com aumento dos rendimentos, queda da taxa de desemprego, forte geração de empregos com carteira assinada, entre outros resultados favoráveis.

Tal comportamento foi consequência da retomada do crescimento econômico, interrompido brevemente pela crise internacional que atingiu o país no final de 2008 e início de 2009 e, mais recentemente, com a repercussão da crise europeia.

Apesar da atual desaceleração da economia, pode-se afirmar que o mercado de trabalho ainda apresenta resultados bastante favoráveis.

Segundo o IBGE, a taxa de desemprego de outubro (5,8%) foi a mais baixa para um mês de outubro desde o início da série da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002.

Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho mostram que houve a geração de 2,3 milhões de empregos com carteira assinada nos 11 primeiros meses do ano, número excepcional tendo em vista a conjuntura internacional.

A evolução do mercado de trabalho vai depender da forma como o governo pretende enfrentar a crise atual.

A nova direção do Banco Central se antecipou e iniciou a queda da taxa básica de juros da economia no início de setembro. As recentes medidas de redução de impostos sobre bens duráveis da linha branca (fogões, geladeiras, etc) parecem já estar produzindo resultados com reativação das vendas.

Se o governo seguir na linha do que foi feito no início de 2008, os resultados poderão ser bastante favoráveis sobre o consumo.

As maiores dúvidas ficam por conta dos investimentos, que desaceleraram muito nos últimos meses e que precisam de um clima favorável nas expectativas da economia para ser retomados.

Cabe lembrar que o mercado de trabalho segue o comportamento da economia, porém com um certo atraso.

Provavelmente, a desaceleração ainda levará alguns meses antes que possa se recuperar a partir das medidas que o governo está tomando ou que venha a tomar.

De qualquer forma, o país entra em 2012 com um mercado de trabalho vigoroso, com alguma folga para enfrentar dificuldades que possam vir nos próximos meses.

JOÃO SABOIA é professor titular do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

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