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Cotidiano em cima da hora

Após greve, PMs baianos dão início a 'operação tartaruga'

Soldados estavam aquartelados em protesto contra a prisão de líder grevista

Mesmo com tropas federais, houve 16 assassinatos entre a noite de sexta e a manhã de ontem

ANDRÉ UZÊDA ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

Após passar a madrugada de ontem recolhidos em quartéis, em protesto contra a prisão de Marco Prisco, vereador em Salvador pelo PSDB e líder da greve realizada nesta semana, os PMs baianos começaram a voltar às ruas no final da manhã.

Promoviam, contudo, uma "operação tartaruga", atendendo apenas casos urgentes ou que envolvessem policiais.

"Vou cumprir as 12 horas do turno, mas sem registrar ocorrência. Viemos para a rua porque o comando ameaçou nos demitir", disse um soldado que pediu anonimato.

A "greve branca" se fazia notar numa delegacia movimentada de Salvador. Até 15h nenhum PM havia aparecido para registrar ocorrência.

O comandante da PM baiana, Alfredo Castro, confirmou à Folha que houve aquartelamento "em maior ou menor escala" pelo Estado.

Ele passou a madrugada articulando uma carta para tentar acalmar os ânimos.

O objetivo era mostrar que uma nova greve prejudicaria uma possível liberação de Prisco, e que a prisão foi motivada por questões da greve anterior da PM, de 2012, que o vereador também liderou.

Mesmo com tropas federais, a violência subiu: houve ao menos 16 homicídios na Grande Salvador (que tem média de cinco por dia) e cinco em Feira de Santana (média de um por dia) entre 19h de sexta e 7h de ontem.

A Aspra, a associação de praças e bombeiros liderada por Prisco, dizia que tentava evitar nova greve, mas apontava atuação do governo Jaques Wagner (PT) na prisão, o que a gestão petista negou.

"A tropa se sentiu traída pelo governo [após a prisão de Prisco]. É normal que os PMs não voltem ao trabalho com força total", afirmou o soldado Ivan Leite, da Aspra.

O governo Wagner não havia se manifestado sobre o problema até o começo da noite. Nos bastidores, assessores tratavam a situação como uma questão da PM.

PRISÃO

Prisco foi detido pela Polícia Federal na sexta à tarde, na região da Costa do Sauípe (litoral norte da Bahia).

A Procuradoria pediu a prisão no curso de uma ação de 2013 em que Prisco e outros seis policiais já são réus.

Reconheceu que fez o pedido no último dia 14 para tentar barrar a nova greve, mas negou uma articulação com o Executivo.

Prisco foi levado para o presídio da Papuda, em Brasília. Na tarde de ontem, o pedido de habeas corpus feito pela defesa do vereador foi encaminhado para o Supremo Tribunal Federal.

A defesa argumenta que a prisão é ilegal porque a greve dos policiais já acabou.


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