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Doleiro ligado a ex-diretor de estatal vira réu

Justiça decidirá se aceita outras três denúncias, uma delas contra Paulo Roberto, que era executivo da Petrobras

Youssef vai responder pelas acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre outros crimes

MARIO CESAR CARVALHO ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA

O doleiro Alberto Youssef e seis dos laranjas que, segundo o Ministério Público Federal, emprestaram seus nomes para a realização de negócios ilícitos de remessa de dólares se tornaram os primeiros réus da investigação realizada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Eles são acusados de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha, entre outros crimes.

A Justiça também aceitou uma segunda denúncia, contra um dos auxiliares do doleiro, totalizando oito réus. Denúncia é a acusação formal que procuradores apresentam quando encontram indícios de crime.

O juiz federal Sérgio Moro ainda terá de decidir se aceita ou não outras três denúncias do Ministério Público Federal, uma delas contra o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele, suas duas filhas e seus dois genros são acusados de tentar destruir provas durante a apuração.

Youssef, preso desde 17 de março, é réu por suspeita de ter remetido para fora do país, de forma fraudulenta, US$ 444,7 milhões entre julho de 2011 e março de 2013. Segundo a Justiça, ele cometeu esse crime 3.649 vezes.

As supostas remessas ilegais ocorriam por meio de contratos fraudulentos de importação, segundo afirma a denúncia da Procuradoria.

Outro réu, Leonardo Meirelles, sócio de um laboratório investigado, o Labogen, chegou a firmar uma parceria de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde em 2013. A parceria, fechada em dezembro de 2013, quando Alexandre Padilha era o ministro da Saúde, foi cancelada no último mês, após questionamentos feitos pela Folha.

Também são réus o irmão de Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, e um ex-funcionário de posto de gasolina, Esdra de Arantes Ferreira.

Youssef ainda é acusado de ter trazido para o Brasil, de maneira ilegal, um total de US$ 3,1 milhões. A suposta fraude, no caso do ingresso de dólares, ocorria por meio de contratos de investimentos estrangeiros.

O doleiro, dizem as investigações, usou seis empresas para esconder a origem ilícita do dinheiro que trazia ilegalmente de fora do país, todas controladas por Carlos Alberto Pereira Costa, agora réu junto com o doleiro. Ontem, Pereira Costa foi solto.

OUTRO LADO

O advogado Antônio Augusto Figueiredo Basto, que defende Youssef, diz que seu cliente não fez remessas ilegais de US$ 444,7 milhões. Segundo ele, a questão do laboratório Labogen só pode ser discutida no Supremo Tribunal Federal, por envolver parlamentares como o deputado federal André Vargas (PT-PR), que teria ajudado o doleiro a obter o contrato.

A Folha não conseguiu localizar os advogados dos demais réus.


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