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Campos e Marina divergem sobre autonomia do BC

Pré-candidato do PSB defende que programa de governo inclua proposta para assegurar independência do órgão

Ex-senadora afirmou ontem à Folha, no entanto, não haver necessidade de criação do dispositivo legal

GUSTAVO URIBE DE SÃO PAULO

Uma semana depois do lançamento da chapa do PSB à sucessão presidencial, o pré-candidato da sigla, Eduardo Campos, e a sua vice, Marina Silva, divergiram sobre uma das propostas que podem ser incluídas no programa de governo que os dois pretendem lançar em maio.

Ontem, o socialista confirmou à Folha, por meio de sua assessoria de imprensa, que colocou em discussão, na equipe de elaboração das diretrizes para a campanha eleitoral, proposta de institucionalização da autonomia do Banco Central, que hoje existe sem garantia legal.

A intenção foi antecipada por Campos nos últimos dias, em entrevistas ao jornal norte-americano "The Wall Street Journal" e ao brasileiro "Valor Econômico". Nelas, ele defendeu que a medida daria um sinal positivo ao mercado financeiro e ajudaria a sustentar a credibilidade da política econômica.

A proposta do presidente nacional do PSB, contudo, não tem o apoio de Marina, que ontem posicionou-se contra a institucionalização do Banco Central.

Nos últimos anos, sucessivos governos deram à autoridade monetária liberdade para que ela adote as medidas que julgar necessárias para conter a inflação. No entanto, muitos economistas dizem que sua credibilidade seria maior se a autonomia da instituição fosse garantida por lei e se seus dirigentes tivessem mandatos fixos.

Ontem, Marina disse à Folha que não há necessidade de se institucionalizar o Banco Central ou de criar garantias legais para assegurar a sua autonomia no país.

"Desde 2010, eu defendo a autonomia do Banco Central. O que nós ponderamos é a questão da institucionalização. Há uma defesa da autonomia do Banco Central tanto da minha parte como da parte de Eduardo Campos. O que nós ponderamos é que essa autonomia tem de ser efetiva, e não necessariamente institucionalizada, como ocorreu na Argentina", disse.

Na avaliação dela, que participou de evento da Rede na capital paulista, a aplicação correta dos atuais instrumentos de política econômica, como o tripé macroeconômico (câmbio flutuante, superavit primário e metas de inflação), pode assegurar de forma efetiva a estabilidade do país.

"A autonomia do Banco Central, todo mundo que acompanha as minhas falas, sabe que eu a defendo. E que a Rede também defende. O que eu pontuei é que o Eduardo colocou a questão da institucionalização dessa autonomia através de uma lei. E nós achamos que, na realidade do Brasil, não há essa necessidade. A Argentina foi por esse caminho e nós achamos que, no caso do Brasil, é preciso assegurar a autonomia de fato", completou.


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