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Prévia da inflação aponta preços acima da meta oficial

Índice do IBGE encerrou 2011 em 6,56%, além do teto do governo, de 6,5%

Para economistas, a aceleração da alta dos preços no fim do ano põe em risco alcance da meta pelo Banco Central

PEDRO SOARES
DO RIO

Apesar dos sinais de redução do consumo nos últimos meses, a inflação ganhou força no final de novembro e no começo de dezembro. Com isso ficou mais difícil a tarefa do Banco Central de cumprir a meta deste ano para o índice -cujo teto é de 6,5%.

Prévia do IPCA (índice oficial de inflação) com coleta de preços até o dia 15 de cada mês, o IPCA-15 encerrou 2011 com alta de 6,56%, acima, portanto, do topo da meta.

Em dezembro, a inflação subiu para 0,56% por conta de reajustes de alimentos -com destaque para as carnes. Em novembro, o índice havia sido de 0,46%.

O vestuário, em razão da entrada de novas coleções, e um novo repique dos combustíveis diante da menor oferta de álcool também pressionaram o índice.

Entre analistas, há, porém, a expectativa de que os aumentos percam ritmo nesta última quinzena de dezembro e que o IPCA possa fechar o ano em 6,5% -ou numa taxa muito próxima.

A LCA projeta o IPCA de 2011 em 6,5%. A consultoria espera desaceleração dos alimentos em dezembro.

"É possível que os preços subam menos, mas será um desafio para o BC cumprir a meta", diz o economista da PUC-Rio Luiz Roberto Cunha.

MUDANÇA DE CENÁRIO

Neste ano, antes do agravamento da crise, o governo lançou medidas para segurar o consumo e a inflação.

Até julho, o BC subiu juros e lançou medidas para segurar o crédito. As iniciativas só se traduziram em menor consumo a partir do terceiro trimestre, quando o PIB ficou estagnado. Em outubro, a tendência se manteve, e as vendas do varejo recuaram.

A partir de agosto, porém, diante do receio de um contágio mais intenso da crise, o governo soltou os freios da economia, assumindo o risco de não cumprir a meta. O BC voltou a estimular o consumo, com redução de juros, tributos e medidas de impulso a financiamentos.

"O BC deixou claro que o mais importante foi não derrubar a atividade econômica e tentar manter um crescimento do PIB de cerca de 3% neste ano", diz Cunha.

Mesmo com esses estímulos extras e com a perspectiva de reajuste de 14% do salário mínimo em 2012, analistas esperam inflação menor no ano que vem (em torno de 5,5%) e dentro do limite superior da meta.

Isso porque a crise deve derrubar os preços de importados e os preços com cotações internacionais.

VILÕES

Puxados pela alta do rendimento e ascensão da classe C, os serviços foram os principais vilões da inflação em 2011, com alta de 9%, acima da inflação média.

Analistas esperam novas pressões de serviços em 2012 em razão da forte correção do salário mínimo.

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