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'Sei da lealdade de Lula a mim', diz Dilma

Presidente ressalta a longa relação de confiança entre eles, o que impediria o antecessor de entrar na corrida eleitoral

Dilma disse que está 'tranquila' em relação aos aeroportos durante a Copa e afirmou não temer novos protestos

NAIEF HADDAD ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

A relação entre Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, seu antecessor no Planalto, é pautada pela "lealdade". Quem diz, com ênfase, é a atual presidente.

Essa confiança mútua barraria, na avaliação de Dilma, qualquer chance de que Lula volte a se candidatar à Presidência em detrimento da atual ocupante do cargo, que pretende buscar a reeleição.

Em jantar anteontem com jornalistas da área de esporte, em virtude da Copa, ela falou ainda sobre a preparação do país para o Mundial.

Ao longo de mais de quatro horas, Dilma, muitas vezes em tom descontraído, expôs otimismo com o futuro do país. "O Brasil vai explodir", disse. "No bom sentido."

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Lula
Instada a falar sobre o movimento "Volta, Lula", que ganha força entre membros do PT e de partidos aliados, ela disse que não há fato que possa romper sua aliança com o antecessor. "Nada me separa dele e nada o separa de mim. Sei da lealdade dele [Lula] a mim, e ele da minha lealdade a ele", afirmou.
Uma eventual candidatura de Lula derrubaria os planos dela de seguir à frente da Presidência em um segundo mandato. Dilma lembrou que, como ministra da Casa Civil, conviveu com Lula entre abril de 2005 e dezembro de 2010 "todos os dias".

Reforma política
Entre as mudanças mais abrangentes que gostaria de ter feito nesses três anos e quatro meses de mandato e não conseguiu, Dilma destacou a reforma política.
Um dos pontos centrais da reforma pretendida por ela é o financiamento público das campanhas eleitorais.
No ano passado, depois de uma série de protestos que agitaram diversas capitais do país, a presidente anunciou uma série de medidas.
A mais controvertida era a convocação de uma Constituinte exclusiva para aprovar a reforma política, iniciativa alvejada pela oposição.

Mais Médicos
"O padrão de atendimento dos cubanos é melhor que o nosso", disse Dilma, referindo-se ao tratamento inicial oferecido aos pacientes pelos médicos brasileiros nos serviços públicos de saúde.
De acordo com ela, os médicos do país do Caribe, que participam do programa Mais Médicos, oferecem aos pacientes brasileiros um tratamento mais "humano".
Já são 14 mil médicos cubanos trabalhando no país, segundo a presidente.

Petrobras
Segundo ela, é injusto que a Petrobras --"a maior empresa do Brasil"-- tenha sua imagem manchada por conta de um erro de um funcionário. (1)
De acordo com a presidente, falhas como a verificada na Petrobras acontecem em quaisquer empresas, sejam elas estatais ou particulares.
No mês passado, a compra pela Petrobras da refinaria de Pasadena, nos EUA, passou a ser alvo de críticas da oposição após a presidente ter admitido, em nota oficial, que o negócio havia sido aprovado pelo Conselho de Administração da estatal com base em um parecer "técnica e juridicamente falho".
Cerveró, responsável pela apresentação do parecer, acabou demitido de um cargo na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras para a qual tinha sido transferido.
A produção de petróleo, aliás, foi um dos pontos exaltados por ela em um jantar marcado por falas otimistas.
Para Dilma, graças ao pré-sal, o Brasil estará entre os cinco maiores produtores de petróleo em 2020. Segundo relatório de 2013, a empresa multinacional BP apontou o Brasil como o 13º produtor mundial da commodity.

Inflação
De acordo com a presidente, a inflação no Brasil não é impulsionada pelos gastos públicos, como críticos do governo costumam dizer.
Para Dilma, é o "choque da oferta de alimentos" (2), sob forte influência das variações climáticas, o principal responsável pela alta de preços.

Racismo e o papa
A presidente revelou que seus assessores já convidaram líderes mundiais de várias religiões, entre eles, o papa Francisco, para que escrevessem mensagens contra o racismo. Esses breves textos serão lidos antes de todos os 64 jogos do Mundial.
A mensagem do pontífice será apresentada antes do jogo de abertura da Copa, em São Paulo, no dia 12 de junho.
Não está definido, contudo, quem fará a leitura das mensagens na abertura e nas demais partidas. Uma hipótese é que o capitão de um dos times assuma a incumbência.
Ao longo do jantar, a presidente citou ao menos quatro vezes a campanha de repercussão mundial "Somos Todos Macacos", que ganhou as redes sociais depois que o brasileiro Daniel Alves, em jogo pelo Barcelona, comeu uma banana atirada por um torcedor do time adversário, o Villarreal.

Estádios pós-Copa
A presidente acredita que as arenas possam ser bem utilizadas após a Copa, em resposta à crítica recorrente de que algumas delas tendem a se tornar "elefantes brancos".
De acordo com Dilma, esses estádios terão espaços para lojas, bares e academias e podem servir também como centro de visitação para os fãs de futebol.

Protestos e segurança
Dilma crê ser possível agir com equilíbrio diante dos protestos, caso eles voltem a ocorrer. "Democracia não quer dizer barbárie, mas também não significa leniência."
De acordo ela, o forte esquema de segurança não permitirá que ocorram durante a Copa do Mundo episódios como os de Salvador na Copa das Confederações, quando micro-ônibus da Fifa foram cercados e apedrejados por manifestantes.
O hotel na capital baiana onde a delegação italiana estava hospedada também foi alvo de pedras jogadas pelas pessoas que protestavam.
A presidente disse não temer que protestos aconteçam durante a Copa.

Aeroportos
Ela afirmou que está "tranquila" em relação à situação dos aeroportos das 12 cidades que receberão a Copa.
Disse que a ampliação de alguns aeroportos, sem especificar quais, não está vinculada ao Mundial. Segundo Dilma, eles já seriam ampliados de qualquer modo. (3)
Obras mais ambiciosas de terminais de cidades como Belo Horizonte só serão entregues após o Mundial.
Nesse sentido, para Dilma, os aeroportos tal como estão agora têm condições de receber adequadamente os turistas durante a Copa.

Figurinhas
Dilma contou que está colecionando figurinhas da Copa para preencher um álbum junto com o neto, Gabriel, de 3 anos. É uma atividade que, diz ela, ajuda a relaxar.
Afirmou, porém, preferir os "álbuns de antigamente", que eram mais simples, sem tantos elementos visuais.


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