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Dirceu cogitou fazer greve de fome na prisão, mas desistiu

Todos os condenados ao regime semiaberto foram autorizados a trabalhar, menos ele

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

O ex-ministro José Dirceu, condenado no julgamento do mensalão, e apoiadores do lado de fora do Complexo Penitenciário da Papuda cogitam uma série de ações caso o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, decida não autorizá-lo a trabalhar.

A movimentação exaspera o governo e racha o PT.

Segundo a Folha apurou, Dirceu chegou até a cogitar fazer greve de fome. Pessoas próximas ao petista pensaram numa data por volta de 20 de maio como possível início da abstinência alimentar.

Do presídio, porém, Dirceu aproveitou o dia de visitas ontem para descartar, por meio de intermediário, essa possibilidade. Há cerca de 15 dias, pessoas de sua confiança indicaram essa disposição em conversas reservadas.

O assunto deveria ser mantido em sigilo por duas razões: não se tratava de uma decisão tomada e poderia, segundo aliados, provocar um efeito inverso em Joaquim Barbosa, fazendo com que custasse ainda mais a despachar sua decisão, ou simplesmente recusasse o pedido.

Conselheiros do ex-ministro argumentaram ainda que, aos 68 anos e com problemas de pressão, não seria recomendável uma greve de fome.

Caso a autorização não saia, há outra alternativa: uma campanha internacional para argumentar que Dirceu tem sido mantido injustamente em regime fechado.

Todos os condenados no julgamento com direito a regime semiaberto já obtiveram autorização para trabalhar fora da prisão, menos Dirceu.

Conforme integrantes do governo, a mais "perigosa" dentre as reações considerada seria dirigida a Lula. Nos bastidores, muitos apoiam ações para expor o ex-presidente e pressioná-lo a defender o correligionário. Só não agiram ainda de forma organizada até agora porque não tiveram o aval do ex-ministro.

Pessoas próximas a Dirceu afirmam que Lula e dirigentes petistas viraram as costas para o petista. Recentemente, entretanto, o presidente do PT, Rui Falcão, tentou visitá-lo pela segunda vez no presídio depois de ouvir relatos sobre seu estado de solidão. O dirigente, porém, foi desencorajado pela própria equipe do detento para evitar melindrar Joaquim Barbosa.

Dividido em tendências, o PT vive hoje episódios de forte divisão interna que têm potencial de provocar o maior racha da história do partido.

Há o grupo "zedista", que cobra transformar a defesa dos condenados do mensalão em bandeira do partido; o lulista, integrado por aqueles que torcem pelo retorno do ex-presidente como candidato ao Planalto; e o dilmista, esse minoritário.

Já tendo de administrar desgastes com o "volta, Lula", o Planalto quer distância de confusões relacionadas ao ex-ministro para evitar a contaminação da campanha.


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