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Entrevista - Beto Richa

PSDB precisa de 'juízo', afirma governador

Paranaense critica disputa interna entre Serra e Aécio e diz que partido tem de parar de brigar para não encolher mais

Tucano se defende por nomear parentes e diz que primeiras-damas ganham cargos 'desde que o Brasil é o Brasil'

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

O governador do Paraná, o tucano Beto Richa, disse em entrevista à Folha que o PSDB deve "ter juízo" e "parar com essa bobagem de briga".
"O partido encolheu nessa última eleição", afirmou Richa. "Se não tiverem juízo, a coisa tende a se agravar."
Ele elogiou o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador José Serra (SP), que disputam a indicação de candidato do PSDB à Presidência em 2014, mas afirmou que o partido "tem um espectro enorme de pré-candidatos".

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Folha - No último dia 19, o senador Aécio Neves esteve no Paraná. Vocês conversaram sobre o futuro do PSDB?
Beto Richa - Ele sempre me cobra de estarmos juntos, [diz] que eu seria importante nesse processo de reestruturação, como uma liderança nova. Vive me convidando para eventos. Mas estou me dedicando, pelo menos esse ano, a recuperar o Estado.
Ele [Aécio] é uma grande liderança do partido e tem tudo para se consolidar como candidato à Presidência da República. Isso vai depender do tempo, do trabalho interno dele. O [José] Serra já foi candidato, não sei se tem aspiração de novo, é um bom nome também.
O Geraldo [Alckmin], que governa o Estado mais populoso do país, é muito competente. O Marconi [Perillo, governador de Goiás] é uma liderança nova... Enfim, tem um espectro enorme de pré-candidatos.

E entre Aécio e Serra, qual é o melhor nome para disputar a Presidência em 2014?
O melhor é o PSDB parar com essa bobagem de briga, grupos disputando... O partido encolheu na última eleição. Se não tiverem juízo, a coisa tende a se agravar. Ou existe uma união, um desprendimento de todas as partes pensando no fortalecimento do partido, ou a situação tende a piorar.
Existem grupos que querem o Aécio, que querem o Serra... Tem que ter um grupo só. No momento oportuno, vamos discutir candidatura. Mas não é agora.

O Aécio está querendo te chamar para a turma dele?
Não, ele sabe que eu não sou afeito com esse troço de turma. Me dou bem com todos, sei do quanto cada um é importante para o nosso partido. Se não estivermos unidos, o projeto de cada um, pode jogar no lixo.

O sr. defende a refundação do partido?
Acho que temos que repensar o PSDB. O partido [precisa] se atualizar com as demandas da sociedade, se aproximar mais de movimentos sociais, sindicatos.
O PSDB não tem por que esconder o seu passado. Tudo que o PSDB fez pelo Brasil afora é motivo de orgulho. Claro, o problema grave do partido é a comunicação. A gente não soube se comunicar com a sociedade.

É um raciocínio semelhante ao do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Esse é o comentário geral do partido, há anos já. Esses anos todos: comunicação, comunicação é o nosso problema. E não conseguem achar o caminho.

O sr. tem recebido críticas por ter nomeado sua mulher e sua irmão como secretários, ao mesmo tempo que acusava o ex-governador Roberto Requião (PMDB) de nepotismo.
Ele empregou a família inteira. Até por conta do abuso cometido por ele é que veio a cobrança do nepotismo, depois. No meu caso, é diferente. É de praxe, histórico nesse país, que as primeiras-damas cuidem da área social do governo. Desde que o Brasil é o Brasil.
E meu irmão tem aptidão para a gestão pública. Ele é um engenheiro, desempenha bem sua função na Secretaria de Infraestrutura e Logística.

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