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Haddad e Chalita disputam apoio de siglas aliadas em SP

Quatro partidos da base de Dilma negociam ao mesmo tempo com os pré-candidatos a prefeito de PT e PMDB

Conversas envolvem pedidos de desistência e promessa de cargos; PR diz negociar com 'prioridade' e 'plano B'

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
ANDRÉIA SADI
DE BRASÍLIA

Os pré-candidatos Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) iniciaram uma disputa pelo apoio de partidos da base do governo federal na eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2012.

Pelo menos quatro legendas aliadas da presidente Dilma Rousseff têm mantido negociações paralelas com os dois: PR, PC do B, PRB e PDT.

Nos bastidores, petistas e peemedebistas reclamam do comportamento das siglas e dizem temer um leilão para a definição das chapas, que determinará o tempo de cada candidato na TV.

As conversas envolvem a retirada de pré-candidatos, a escolha dos vices e as promessas de cargos na próxima administração municipal.

Líder do PR em São Paulo, o vereador Antonio Carlos Rodrigues afirma que seu partido decidiu negociar com Chalita por causa da demora do PT em atender a seu pedido de indicar o vice de Haddad.

Ele também cobra garantia de "participação concreta", com cargos relevantes, numa eventual gestão petista.

"Pleiteamos isso há alguns meses. Como o PT ainda não deu resposta, fomos procurar o Chalita. Nossa prioridade é o Haddad, mas precisamos ter um plano B", diz Rodrigues.

"Como os partidos são da base, não tem nada de mais conversar com os dois", afirma. "Mas não vamos tratar de dinheiro de campanha porque não somos mercadoria."

CALENDÁRIO

No caso do PRB, as conversas com os pré-candidatos foram quase simultâneas. O presidente nacional da sigla, Marcos Pereira, reuniu-se com Chalita no dia 7 e com Haddad no dia 13, durante visita do ministro à TV Record.

"Estamos conversando com todo mundo. Mas já avisei aos dois que nossa intenção é manter a pré-candidatura do Celso Russomanno", afirma Pereira.

"Por enquanto, a negociação é só para mantermos um bom diálogo no primeiro turno. Queremos uma campanha limpa, sem ataques", diz.

O discurso pela candidatura própria é repetido pelos dirigentes do PC do B e do PDT, que também mantêm contato estreito com os articuladores das duas campanhas.

Os comunistas ofereceram um jantar a Haddad e escalaram deputados para conversar com Chalita.

Apesar das aproximações, o presidente do partido, Renato Rabelo, diz que insistirá em lançar o vereador Netinho de Paula à Prefeitura.

"Haddad fez uma sondagem, mas é muito difícil mudarmos de posição", afirma. "Chalita está sempre conversando com nossos deputados em Brasília, mas ele diz que vai manter a candidatura dele, e nós também."

ENTRAVES

As negociações com o PDT parecem mais difíceis para os dois lados. O presidente estadual da legenda, Paulo Pereira da Silva, é pré-candidato a prefeito e se opõe a qualquer acordo no primeiro turno.

Os pedetistas apoiam Dilma, mas estão descontentes com a demissão de Carlos Lupi do Ministério do Trabalho e sofrem assédio do prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Mesmo assim, o partido já foi procurado pelos dois pré-candidatos. Haddad diz ter conversado "algumas vezes" com Lupi em Brasília, antes de sua queda. Ele pretende voltar à carga em janeiro.

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