Candidatos dizem não ver constrangimento

Medindo as palavras para não criar novas dificuldades, os pré-candidatos do PT e do PMDB a prefeito dizem não ver constrangimento nas negociações paralelas com os mesmos partidos aliados.

"As conversas estão caminhando. É um exercício de paciência. Ainda está cedo para fechar qualquer acordo", diz Gabriel Chalita (PMDB).

"É natural que todo mundo converse com todo mundo neste momento, até para conhecer os projetos. Não vejo isso com apreensão", afirma Fernando Haddad (PT).

Sob a condição de anonimato, integrantes das duas campanhas manifestaram incômodo com o jogo duplo dos partidos. Segundo um peemedebista, as siglas estão conversando com os dois pré-candidatos "para ver quem dá mais" em troca do apoio.

Como as chapas só devem ser definidas entre abril e maio, os dirigentes teriam interesse em prorrogar o impasse para valorizar sua adesão.

A montagem da coligação de Haddad atrasou por causa da doença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da expectativa de mudança de cadeiras na reforma ministerial prevista para janeiro.

O ministro conta com a volta de Lula à ativa para vencer a resistência de siglas como PC do B e PDT, que resistiram às suas primeiras sondagens.

Os petistas admitem que a chapa dos sonhos do ex-presidente, com Haddad na cabeça e Chalita na vice, está cada vez mais distante.

Incentivado pelo vice-presidente Michel Temer, o peemedebista investe em outras frentes para ganhar musculatura na disputa com Haddad. Além de avançar sobre a órbita petista, aproximou-se do DEM, do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e de nanicos como PSC e PHS.