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Joaquim Barbosa é o segundo voto mais influente da eleição
26% votariam em alguém apoiado pelo presidente do STF
Se quiser, o atual presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, poderá ter papel de grande peso nas eleições deste ano. Mesmo sem ser candidato.
O levantamento do Datafolha finalizado nesta quinta-feira (5) mostra que o magistrado seria a segunda personalidade mais influente da eleição, atrás apenas do ex-presidente Lula.
Estimulados pelo instituto, 26% dos eleitores afirmam que "com certeza" votariam num candidato indicado por Barbosa. Além disso, outros 26% dizem que "talvez" pudessem votar em alguém apoiado por ele.
Ainda que pesquisas desse tipo não tenham sido feitas em outras eleições, não parece arriscado dizer que se trata de uma situação inédita no Brasil.
Desde a redemocratização do país, em 1985, é difícil lembrar de outra personalidade do Poder Judiciário que tenha alcançado qualquer projeção política comparável à de Barbosa, o relator do processo do mensalão.
O ex-presidente Lula, o principal cabo eleitoral pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, continua liderando o ranking de influência.
Hoje, 36% dizem que "com certeza" votariam em alguém apoiado pelo petista (taxa ligeiramente maior que o atual desempenho de Dilma em intenções de voto, 34%).
Outros 24% afirmam que "talvez" votassem em alguém indicado por Lula.
INTERESSE
Os principais adversários de Dilma já demonstraram interesse em atrair Barbosa, que há alguns dias anunciou a antecipação de sua saída do Supremo.
O magistrado, porém, tem dado sinais de que se manterá distante da eleição. Talvez nem esteja no Brasil durante a campanha, afirmou.
Cotado durante vários meses para ser ele mesmo candidato a presidente ou a senador pelo Rio de Janeiro, Barbosa chegou a marcar 14% das intenções de voto no Datafolha.
Mas essa hipótese está descartada. O prazo para filiação em algum partido, condição obrigatória para qualquer candidatura, já expirou.
A pesquisa de agora mostra que Barbosa é mais influente que a ex-senadora Marina Silva, a principal cabo eleitoral do pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, e vence também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos principais apoiadores do tucano Aécio Neves.
Os que votariam "com certeza" em alguém indicado por Marina somam 18% (quase o triplo dos 7% alcançados por Campos).
E os que "com certeza" optariam por alguém sugerido por FHC são 12%. No caso do tucano, o destaque é a sua influência negativa: 57% dizem que não votariam em alguém apoiado por ele, o campeão por esse critério.