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Janio de Freitas

Salve-se o estômago

Começou o 'bacanal eleitoral', o vale tudo por qualquer precinho, com traições para todos os lados

Os ares de quem deu uma grande cartada, com o acordo de apoio mútuo, têm que ceder nos rostos de Geraldo Alckmin e Eduardo Campos ao ar patético de quem apenas iniciou, em São Paulo, o que no Rio o contrariado prefeito Eduardo Paes chamou de "bacanal eleitoral". Ou seja, o vale tudo por qualquer precinho, com tapeações e traições para todos os lados.

Não pode haver dúvida de que Gilberto Kassab e o seu PSD não decidiram de um dia para o outro o seu pulo do gabinete de Alckmin para os salões fiespinos de Paulo Skaf. Alckmin e o PSDB é que receberam de surpresa essa bem elaborada retribuição à preterição repentina de Kassab, que se sentia na vice da chapa reeleitoral do governador --passo largo para seu voo rumo à própria sucessão de Alckmin. Usada a vice na transação Alckmin-Campos, Kassab não precisa a consolação da candidatura a senador, que pode assegurar-se sem comprometer o seu PSD com o Alckmin. A forra vale mais.

Então, fica assim. O PSDB de Alckmin tem Aécio Neves como candidato à Presidência, mas faz um acordo com Eduardo Campos, adversário de Aécio. Kassab e o PSD apoiam a recandidatura de Dilma Rousseff, mas em São Paulo se aliam a Skaf, que não apoia Dilma apesar de ser do PMDB que dá apoio e dá o vice na chapa Dilma/PT. Eduardo Campos é o candidato do PSB, mas faz acordo com o PSDB em São Paulo, contra Marina Silva e a Rede que integram o seu partido, e quer apoiar em Minas o candidato do seu concorrente Aécio Neves, mas provavelmente ali receberá a retaliação com um candidato da Rede ao governo.

Isso revira o estômago. Pare-mos aqui.

DOIS PAÍSES

A imprensa, a TV, as rádios que tocam notícia não deixam que nos enganemos. O nosso desânimo é total, o pessimismo nos imobiliza, o desemprego nos alarma, estamos todos reduzidos a desastres humanos e o país chafurdado na vergonha do seu fracasso. A Confederação Nacional da Indústria, a sádica CNI, ainda tem a perversidade de pagar mais uma sondagem para nos dizer que, nos últimos dias, afundamos mais ainda em nossa humilhação.

Aí vem uma pesquisa internacional, a Gallup World Cup --diz a informação que feita "em mais de 130 países"-- e traz esta conclusão: pela oitava vez consecutiva, o Brasil "está no topo" em satisfação com a vida nos futuros cinco anos. Com a nota 8,8 na média da opinião dos brasileiros, em escala que vai de 0 a 10 para a "felicidade futura".

Estou tão desanimado, como o país todo, que não tenho disposição para qualquer comentário sobre o conflito das duas visões e, muito menos, sobre sua causa.

AUTORIAS

Quem leu aqui uma frase do ex-vice-presidente americano Dick Cheney, segundo a qual dirigia seus pensamentos e orações para os poços de petróleo do Iraque, deve agora saber que, como informou a seção "Erramos", a frase foi atribuída ao ex-vice por um humorista americano. Passou porém à internet, onde a encontrei, como de Cheney e como reprodução da revista "New Yorker".

O EXEMPLO

A Costa Rica que fez o prodígio de sobrepor-se a três campeões do mundo, e passar para a segunda fase da Copa, é um país da América Central conhecido apenas, quando o é, por seus vulcões. Mas se trata de um dos mais originais do mundo. Está, por exemplo, revolucionando a organização do futebol e de outros esportes. Apesar de latino-americano, é uma democracia tão moderna, desde sua reformulação no século passado pelo líder José Figueres, ou Pepe, que ignora golpes de Estado ou meras tentativas: a Costa Rica não tem Exército.


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