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Aécio escolhe vice tucano para engajar ala paulista do PSDB

Senador Aloysio Nunes foi escolhido após fracassarem as tentativas de usar a vaga para atrair outra legenda

Tucano teve seu nome citado pelo delator do cartel dos trens, mas Supremo o excluiu das investigações

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Sem muitas opções e visando engajar a ala paulista do PSDB em sua candidatura à Presidência, Aécio Neves confirmou nesta segunda-feira (30) o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) como vice da sua chapa.

Ministro de duas pastas (Justiça e Secretaria-Geral da Presidência) na gestão Fernando Henrique Cardoso e secretário de José Serra na Prefeitura de São Paulo e no governo estadual, Aloysio, 69, foi escolhido depois que Aécio não conseguiu usar a vaga de vice para atrair mais um grande partido à sua aliança.

Nas últimas cinco disputas presidenciais, o candidato do PSDB saiu da ala paulista, reflexo do poder do Estado na correlação de forças da sigla. Nem José Serra, nem o governador Geraldo Alckmin nem o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estavam no evento do anúncio da chapa. Aécio citou os três.

"Serra hoje talvez seja um dos interlocutores mais próximos que eu tenha", disse.

O mineiro também afirmou que pesou na escolha a avaliação de que Aloysio é um homem qualificado "até para presidir o Brasil". Em 2010, a chapa de Serra ao Planalto foi criticada após a escolha do jovem e até então desconhecido deputado Indio da Costa (DEM) como vice.

O mineiro chegou a aventar para a vice o nome de uma mulher, a ex-ministra do STF Ellen Gracie, mas desistiu.

Ao discursar, Aloysio disse que será um vice discreto, focado em São Paulo. À Folha, o senador disse nunca ter sido "serrista", apesar da proximidade com o ex-governador: "O próprio Serra nunca estimulou o serrismo. Sou admirador e amigo do Serra".

Integrante da luta armada contra a ditadura militar, o que o levou ao exílio na França, Aloysio teve recentemente seu nome citado pelo delator do caso que apura formação de cartel e corrupção no metrô de São Paulo como próximo a um dos suspeitos. O ministro do Supremo Marco Aurélio Mello excluiu o senador das investigações por entender que não há indícios suficientes contra ele.

"Não tenho rigorosamente nada a ver com isso", disse Aloysio. Em maio, ele chegou a mandar à "puta que te pariu" um blogueiro filiado ao PT que o questionara sobre sua relação com o caso. Nesta segunda-feira, afirmou ter se arrependido da reação.

Apesar de Aloysio ter sido eleito senador com mais de dez milhões de votos em 2010, seu apelo eleitoral não foi o ativo que mais pesou na escolha de Aécio para compor sua chapa: ele foi escolhido por sua estreita relação com prefeitos de todo o Estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.

Como chefe da Casa Civil de Serra (2007-2010), Aloysio era o principal interlocutor do Palácio dos Bandeirantes com os municípios. Além disso, Aloysio mostrou-se útil também ao aproximar Aécio dos aliados de Serra. Hoje o próprio ex-governador tem relação amistosa com Aécio.

Com a definição de Aloysio, a campanha de Dilma Rousseff tentará colar o caso do cartel do metrô de São Paulo na candidatura tucana por meio da CPI da Alstom.

Nesta segunda foi anunciado que o presidente do DEM, José Agripino Maia, será o coordenador-geral da campanha tucana.


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