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Análise
Candidatos precisam manter em alta orgulho do brasileiro
MAURO PAULINO DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA ALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHAPor enquanto, a Copa reverteu o clima de "Maracanazo Social" que predominava antes do início do torneio. Imagens da multidão que saqueava durante greve de policiais, dos que sofriam diante da rotina de paralisações do transporte público e dos protestos contra o evento cederam espaço às cenas da massa que festeja.
E não é tanto pelo desempenho da seleção. A taxa que mais cresceu foi a dos que manifestam mais orgulho do que vergonha quanto à organização do evento.
A consequência é um refluxo de otimismo para patamares próximos aos observados há dois meses, em maio. Expectativas menos pessimistas quanto à economia diminuem a tendência do voto de protesto na eleição e os candidatos voltam a crescer.
Na intenção de voto espontânea, Dilma ganha seis pontos percentuais e alcança uma taxa de apoio que há um ano não conseguia. Ampla maioria, aliás, condena os xingamentos recebidos pela petista na abertura da Copa. Aécio Neves e Eduardo Campos também são mais citados. Os indecisos caíram sete pontos.
Mas, e depois da Copa? Outros times entrarão em campo --o das campanhas. O esclarecimento dos programas de governo e o debate de temas essenciais devem seguir estratégias específicas, mirando alvos diferentes em segmentos distintos do eleitorado, de acordo com as demandas desses estratos. É essencial renovar o discurso político tradicional, rejeitado por amplos setores.
Para os candidatos, a responsabilidade assemelha-se à que permeia e pesa sobre os jogadores da seleção --manter em curva ascendente sentimentos da opinião pública que vinham caindo e que agora, com a Copa, arremeteram, à base do insistente e questionado canto dos estádios --o orgulho de ser brasileiro.
