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A Copa como ela é

Dilma defende 'renovação' no futebol

Após derrota histórica da seleção, presidente reivindicou mudanças para evitar a fuga precoce de jogadores ao exterior

Ministro do Esporte disse que Estado tem de participar de mudanças, propor leis e pressionar cartolas

DE BRASÍLIA DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

No dia seguinte à derrota histórica sofrida pela seleção do Brasil na partida contra a Alemanha na Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff defendeu uma "renovação" do futebol no país.

Em entrevista à rede de TV americana CNN, gravada nesta quarta-feira (9), a petista, que é candidata à reeleição em outubro, reivindicou mudanças para evitar a migração precoce de jogadores para clubes estrangeiros.

"Exportar jogadores significa que estamos abrindo mão de nossa principal atração, que pode ajudar a lotar os estádios", disse Dilma ao ser questionada sobre a utilidade futura das arenas construídas para o Mundial.

"Qual é a maior atração que os estádios no Brasil podem oferecer? Deixar a torcida ver os craques. Há anos, muitos jogadores brasileiros têm ido jogar fora. Então, renovar o futebol depende da iniciativa de um país que é tão apaixonado por futebol", disse a presidente.

Dilma disse à CNN que não acredita que a eliminação do Brasil na Copa resulte em uma piora no humor nacional a longo prazo. Apesar disso, seus assessores de campanha ainda tentam estimar o impacto do vexame da seleção no cenário eleitoral.

MUDANÇAS

Nesta quinta-feira (10), pouco antes de a entrevista da presidente ir ao ar, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, chamou a derrota brasileira de uma "marca profunda" e disse que ela evidencia a necessidade de mudanças estruturais no futebol nacional.

"A melhor reação é ver as causas mais duradouras daquele desastre. Precisamos extrair lições para que o Brasil reponha a seleção no status que ela deve ter. As mudanças são necessárias", disse em entrevista organizada pela Fifa e pelo Comitê Organizador Local no Maracanã.

O ministro defendeu que as mudanças tenham a participação do Estado, que pode sugerir projetos de lei e exercer pressão sobre dirigentes esportivos.

Como exemplo, Rebelo citou o projeto do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), que cria a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte.

A proposta sugere refinanciamento das dívidas de clubes em troca de ações de ações de "modernização" na gestão além de punições para aqueles que não prestarem contas ou atrasarem salários de atletas e funcionários.

Segundo Rebelo, o governo não pretende nomear cartolas --como são chamados os executivos do futebol--, mas quer ter papel mais ativo na CBF e outras federações esportivas. "O Estado não pode ser excluído da competência de zelar pelo interesse público dentro do esporte".

O regulamento da Fifa proíbe a ingerência de governos nas federações. Na quarta-feira (9), a seleção da Nigéria foi suspensa após o Estado local afastar cartolas do país.

Em sintonia com a chefe, Rebelo também defendeu medidas que diminuam a fuga de jogadores para o exterior.

"Exportamos nossos craques, muitos ainda em formação. Fiquei sabendo que parte importante da nossa geração sub-15 já está no exterior. Nossa legislação facilita isso", disse o ministro.

Pelas regras da Fifa, menores de 18 anos não podem ser contratados por clubes estrangeiros. Mas, na prática, os times contratam familiares dos jogadores para viabilizar a transferência.

O que o governo diz defender são melhores as condições de formação dos jogadores para reter talentos.


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