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Análise

Governo e oposição saem da Copa ainda numa situação de zero a zero

MAURO PAULINO DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA ALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

A Copa foi uma gangorra para o humor dos brasileiros. O clima antes do evento era de incerteza. Com o início do Mundial, imagens de protestos foram substituídas pelas festas das vitórias e pela confraternização com turistas.

Segundo o Datafolha, após a vitória da seleção contra o Chile, Dilma esboçou uma reação. A humilhação contra a Alemanha, a derrota para a Holanda e o fim do torneio reverteram parte desse ânimo.

O orgulho com a seleção brasileira desabou e a avaliação positiva sobre a organização da Copa também sofreu queda, suficiente para voltar a dividir a opinião pública sobre o sucesso do evento.

A oposição, porém, não foi beneficiada pelo quadro. Praticamente estáveis, os candidatos veem novamente a taxa de indecisos crescer. O saldo do evento na corrida presidencial pode ser considerado um empate sem gols entre o governo e a oposição.

O segundo tempo dessa disputa começa com a exposição dos candidatos na mídia a partir de agora. Entrevistas, sabatinas, debates e, em breve, o horário eleitoral vão canalizar as atenções.

A indefinição de boa parte do eleitorado é a chance para a comunicação de planos e apresentação de alternativas. O discurso deve ser claro, factível e inovador. A política tradicional não é bem-vinda.

Ruídos podem gerar mais confusão e indecisão entre os eleitores. Prova disso são as oscilações nervosas nas curvas de expectativas dos vetores econômicos, que no último mês acompanharam mais as variações de humor dos brasileiros na Copa do que a divulgação de indicadores negativos sobre a economia.

O descolamento é mais evidente quando se vê que 70% dos que têm trabalho não enxergam a possibilidade de serem demitidos, maior otimismo desde março de 2013.

Um diagnóstico preciso das demandas dos diversos estratos do eleitorado é fundamental. O ranking de insatisfação da população criado pelo Datafolha dá pistas do mau humor crescente na maior cidade do país. Não é por acaso que um terço dos eleitores de cidades grandes continua sem candidato para presidente.

A adequação do diálogo com esse eleitor desconfiado determinará se a disputa vai ou não para a prorrogação.


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