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Casas entregues há 7 dias por Alckmin já têm infiltrações

Moradores de conjunto em Ribeirão também reclamam de vazamentos e esgoto

Tucano não comenta; governo afirma que os problemas verificados são normais e serão corrigidos em breve

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Casas populares entregues pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em Ribeirão Preto há uma semana apresentam uma série de problemas como infiltrações e vazamento de água e de esgoto.

Os imóveis, de dois ou três quartos, também foram entregues com defeitos nos aquecedores solares -item alardeado pelo tucano como um dos diferenciais das unidades, que abrigam ex-moradores de favelas.

A Folha percorreu duas quadras do conjunto, na periferia de Ribeirão.

Em nenhuma das 20 casas verificadas o aquecedor está funcionando. E todas apresentam ao menos um problema, entre infiltrações em paredes e tetos, vazamentos em torneiras, portas sem maçanetas e esgoto a céu aberto.

"São 250 novas casas novinhas, feitas com qualidade, todas com energia solar, infraestrutura: água, esgoto, luz, iluminação pública, asfalto", descreveu Alckmin na solenidade de entrega do conjunto, no dia 28.

Alckmin não comentou ontem os problemas encontrados. Para a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional de SP), responsável pela execução do programa, e a construtora responsável, os problemas são normais e os reparos serão feitos. (leia texto na página ao lado).

Foram entregues 232 unidades a famílias de duas favelas, com investimento de R$ 16,4 milhões do governo de São Paulo.

Todo o projeto para a redução de favelas na cidade custa R$ 42 milhões e, em outras etapas, também tem recursos dos governos federal e municipal. Há 240 moradias ainda em obras, que deverão ser entregues até o final de março.

ESGOTO

Na casa da família de Elza Martins, 36, dona de casa, os problemas começam na porta de entrada, com o vazamento de esgoto.

A janela da sala possui defeito em uma das trancas e após as chuvas do final de semana, o teto do cômodo apresentou infiltrações.

Em um dos quartos, a porta foi entregue sem maçaneta e a pia do banheiro está com vazamento desde quando a família se mudou.

"Um absurdo nos trazerem para cá com com a casa nesse estado", afirmou.

Sem aquecedor, as famílias tiveram de ligar os chuveiros por meio convencional, contrariando um dos objetivos do programa de moradia: economizar energia elétrica.

Na mesma quadra, o auxiliar de serviços gerais Rodrigo Martins dos Santos, 27, disse que, além das infiltrações, não há energia elétrica na sala e em um dos quartos.

Para não gastar energia, a família dele decidiu não ligar o chuveiro na tomada e, até ontem, todos tomavam banho com água gelada.

A empregada doméstica Marlene Martins, 45, teme outros problemas no futuro. "Quase ninguém tem condições de pagar para fazer reformas", afirmou.

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