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Eleições 2014

Adversários de Dilma trarão desemprego e recessão, diz Mantega

Ministro da Fazenda defendeu política econômica do PT no anúncio da proposta de Orçamento para 2015

Segundo Mantega, 'tem gente' sinalizando que quer mudar os rumos da economia, o que seria 'preocupante'

SOFIA FERNANDES VALDO CRUZ DE BRASÍLIA

Em sintonia com estratégia definida pelo Palácio do Planalto, o ministro Guido Mantega (Fazenda) saiu em defesa da política econômica do governo e disse que a oposição vai levar o Brasil de volta à recessão e ao desemprego.

Mantega deu um tom político ao anúncio da proposta de Orçamento de 2015 feita nesta quinta-feira (28) ao atacar, sem citar nomes, o candidato tucano Aécio Neves e o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga (governo FHC, do PSDB).

"Tem um candidato [sic] que era presidente do Banco Central e que não entregou a meta de inflação", disse Mantega, misturando Aécio Neves e Armínio Fraga, anunciado pelo tucano como seu ministro da Fazenda caso o PSDB vença a eleição.

O atual ministro disse que "tem gente" afirmando que vai mudar o rumo atual da economia, o que é "motivo de grande preocupação."

Segundo ele, o governo petista cumpriu o chamado tripé econômico, mantendo a inflação dentro da meta, o câmbio flutuante e uma política de superávit primário.

"Cumprimos sim o tripé, mais do que o governo que nos antecedeu", afirmou, rebatendo a oposição, para quem a presidente Dilma abandonou a política econômica dos governos FHC e Lula.

"No passado não cumpriram o câmbio flutuante, ao contrário, engessaram [o câmbio] por quatro anos, resultando na crise de 99. Os personagens são os mesmos", afirmou, referindo-se à crise cambial ocorrida no início do segundo mandato do ex-presidente FHC.

Mantega disse ainda que a oposição defende um combate à inflação "de forma radical", o que o preocupa. "Não poderemos voltar aos juros estratosféricos que tínhamos no passado, só o setor financeiro se beneficiava."

"Se estão criticando, vão fazer o contrário em relação ao câmbio, subir juros. Até poderão ser bem-sucedidos, mas vão criar recessão, desemprego, e a população vai regredir, na renda, na condição de vida", concluiu.

O sistema de metas de inflação foi criado no governo FHC pela equipe de Armínio Fraga. Entre 99 e 2002, a meta não foi cumprida nos dois últimos anos. Durante o período dos governos petistas (Lula e Dilma), a meta estourou apenas em 2003. Em 2004, só foi cumprida porque houve um ajuste na meta.

A oposição acusa a presidente Dilma de tolerar uma inflação mais alta durante seu governo. A média da inflação anual no período de Armínio Fraga foi de 8,78%. No período Lula, foi de 5,79% nos dois mandatos. Sob Dilma, a inflação média deve ficar acima de 6%.

RECESSÃO

A fala do Mantega segue orientação do Planalto de não deixar sem respostas críticas da oposição e ocorre um dia antes de ser divulgado o resultado do crescimento da economia no segundo trimestre. Previsões do mercado apontam para um recuo do PIB (Produto Interno Bruto), com risco de recessão técnica --retração da economia por dois trimestres seguidos.

As alfinetadas do ministro nos tucanos foram feitas num momento em que Aécio Neves caiu para o terceiro lugar nas pesquisas, após a entrada de Marina Silva (PSB) na disputa eleitoral.

Segundo assessores, porém, as críticas valem para os dois adversários da petista. Marina também tem criticado a política econômica atual e tem entre seus colaboradores economistas ligados aos tucanos, como André Lara Rezende.


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