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Eleições 2014

Marina rebate Dilma e diz que programa do PT é conservador

Presidente havia criticado mudanças em propostas do PSB à comunidade gay e defendeu criminalização da homofobia

Ex-senadora afirma que petistas só perdem em 'conservadorismo' para o pastor Everaldo, candidato pelo PSC

MARINA DIAS DE SÃO PAULO RANIER BRAGON EM SÃO PAULO

"O programa de Dilma Rousseff só não ganha em conservadorismo do programa do Pastor Everaldo". Foi assim que a candidata do PSB ao Palácio do Planalto, Marina Silva, reagiu em entrevista à Folha às críticas feitas pela presidente da República sobre seu recuo nas propostas para a comunidade gay.

A ex-senadora tem sido alvo de ataques dos adversários desde que divulgou errata do seu programa de governo, no sábado (30), eliminando algumas das principais bandeiras LGBT, como o comprometimento com a lei de identidade de gênero --que permite alteração de nome e sexo na documentação-- e articulação no Congresso para a aprovação de leis que criminalizam a homofobia e regulamentam o casamento gay.

As declarações de Marina foram dadas na noite desta segunda-feira (1), após debate promovido por Folha, UOL, SBT e Jovem Pan.

A referência de Marina ao candidato do PSC diz respeito à posição radical do pastor contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo e em defesa da "família tradicional".

Durante o debate, Marina já havia sido confrontada sobre o tema pela candidata Luciana Genro (PSOL). "Não durou quatro tuítes sua política para casamento igualitário", disse Luciana em referência a críticas feitas pelo pastor Silas Malafaia na internet.

Marina afirmou que a mudança no programa ocorreu por "erro da equipe de campanha". "Defendemos as liberdades individuais", disse.

Momentos antes da manifestação de Marina à Folha, Dilma classificou em entrevista o recuo da pessebista como "uma ofensa ao Brasil".

"Não se deve mudar a proposta. O Brasil é uma sociedade que sempre foi tolerante com a diferença. A gente tem que criminalizar a homofobia", disse a presidente.

Apesar desse discurso, a petista cedeu, em vários momentos de seu governo, à pressão da bancada evangélica no Congresso. Entre os exemplos, está o engavetamento do projeto de distribuição de um kit anti-homofobia nas escolas públicas em 2011.

Coordenadora do programa de governo de Marina, Neca Setúbal afirmou que, mesmo com a retificação sobre a questão LGBT, as propostas da pessebista são as mais "avançadas e consistentes".

DESESPERO

Principais adversários de Marina na disputa presidencial, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) adotaram a estratégia de, nas palavras de aliados de ambos os candidatos, "desconstruir" a imagem da ex-senadora e colar nela a pecha de "conservadora".

"Obviamente que há um certo desespero de alguns partidos grandes, com muitas estruturas, porque a sociedade brasileira assumiu uma nova postura [para o voto] e não adianta ficar desqualificando os projetos dos concorrentes. Não estou preocupada com rótulos", disse a candidata do PSB.

Integrante da Assembleia de Deus, Marina disse ainda que usa o mesmo discurso diante de pastores, bispos e movimento LGBT. "Minha vida é que fala por mim".

Ela fez crítica velada a Dilma ao dizer que "tem gente que vai às igrejas evangélicas e faz um discurso e, depois, faz outro", em referência à incursão da petista à Assembleia de Deus, em agosto.


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