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Eleições 2014
Campanha de Marina critica modelo do PT para explorar pré-sal
Situação financeira da Petrobras não permite controle da exploração do petróleo nessas áreas, afirma Feldman
Executivos do setor se queixaram do modelo a emissários de Marina; política 'doutrinária' é errada, diz coordenador
Uma das principais bandeiras do governo do PT, o modelo de exploração do petróleo do pré-sal foi alvo de críticas da campanha da candidata Marina Silva (PSB).
Em encontro com empresários em São Paulo, nesta segunda-feira (15), o coordenador da campanha, Walter Feldman, fez críticas ao marco regulatório do pré-sal e chamou a política de conteúdo local de "doutrinária".
Aprovado em 2010, durante o governo Lula, o regime de partilha determina que a exploração de todas as áreas do pré-sal seja controlada pela estatal. A Petrobras tem que ser sócia com, no mínimo, 30% de cada área. O objetivo é garantir que a riqueza seja extraída por uma empresa brasileira.
O problema é que a estatal está numa situação financeira ruim, provocada pelo represamento do preço da gasolina e pelo aumento das importações do combustível.
Ela tem a maior dívida entre as petroleiras do mundo e por isso não consegue aumentar seus investimentos, travando o setor. Grandes empresas globais de petróleo, como Shell, BP e Statoil, têm investimentos no Brasil.
"A própria Petrobras se diz com dificuldades de responder a essa demanda", disse Feldman. "É a operadora única e, ao que parece, discorda disso, o que é inédito."
Nesta segunda-feira, o presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), João Carlos De Luca, também criticou o monopólio da Petrobras na exploração do pré-sal.
"A figura do operador único não é benéfica para a Petrobras nem para a indústria brasileira. Precisamos de multiplicidade de atores."
Para o setor, ao permitir que outras empresas operem, o governo atrairia mais investimentos. Segundo o IBP, o pré-sal receberá R$ 1 trilhão em investimentos até 2020.
Emissários de Marina se encontraram com executivos do setor na semana passada. Segundo Feldman, eles se queixaram da política de conteúdo local --60% dos componentes feitos no Brasil.
Ele indicou que a exigência tem que ser alterada. "Interessa muito o desenvolvimento brasileiro, mas não pode ser de caráter doutrinário, imaginando que nós temos a capacidade de responder a tudo", afirmou.