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Haddad cria tática contra Marina e se reaproxima da presidente

Prefeito ajudou campanha a vincular candidata do PSB a bancos

NATUZA NERY DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff e o prefeito Fernando Haddad fizeram as pazes. Afastados desde as manifestações de 2013, quando o petista sofreu o desgaste por ter adiado, a pedido do governo federal, o preço da passagem de ônibus, os dois correligionários afinaram, juntos, uma das principais estratégias da campanha dilmista: colar em Marina Silva a imagem de candidata pró-bancos e contra o trabalhador.

O mote foi o projeto da presidenciável do PSB de conceder independência ao Banco Central. A ideia foi usar a proposta contra a rival sob argumento de que ela geraria desemprego no país.

Num primeiro momento, Dilma não quis ouvir a sugestão de Haddad. Mas acabou convencida a encontrá-lo.

Em 2 de setembro, ambos "lavaram a roupa suja" durante reunião reservada em um hotel de São Paulo.

Até àquela altura, auxiliares do prefeito reclamavam que Dilma jamais ajudou o aliado a tocar, no Congresso, uma lei capaz de reduzir o endividamento da capital e, assim, liberar o caixa municipal para investimentos.

Além disso, o aumento da passagem de ônibus, uma das causas da crise de junho de 2013, era para ter acontecido em janeiro daquele ano. Só não ocorreu por pedido do governo Dilma, interessado em diluir no tempo o impacto inflacionário do reajuste.

Do lado de Dilma, a queixa sempre focava no fato de que o prefeito, no ano passado, ter se recusado a seguir seu conselho de desistir do aumento da passagem de ônibus para evitar uma crise maior. O atraso na decisão ajudou a engrossar a adesão às manifestações de junho.

Depois da conversa de setembro, porém, as rusgas ficaram para trás. E Haddad saiu do encontro com uma tarefa: acompanhar, ele mesmo, uma sala de espelho.

Trata-se de um método de pesquisa no qual entrevistados são acompanhados por observadores ocultos posicionados atrás de um vidro disfarçado de espelho.

Dali, saiu da boca de um eleitor de Marina um tanto decepcionado: "ela trabalha para o Itaú". Era a deixa que o marqueteiro João Santana precisava para desgastar Marina. E foi a deixa que o prefeito precisava para para retornar ao círculo presidencial.


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