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Governo tenta esvaziar depoimento em CPI
Planalto mobiliza aliados para evitar que ida de ex-diretor da Petrobras ao Congresso vire palanque eleitoral para oposição
A expectativa é que Paulo Roberto, que fez acordo de delação, não revele detalhes sobre corrupção em estatal
O Palácio do Planalto buscou articular com sua base aliada no Congresso uma estratégia para tentar evitar que o depoimento do ex-diretor Paulo Roberto Costa na CPI da Petrobras se transforme num palanque para oposição na reta final da eleição.
A ideia é tentar fazer uma sessão fechada e secreta nesta quarta (17) para ouvir o ex-diretor, preso em Curitiba sob acusação de participar de esquema de desvio de recursos na estatal e que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público para reduzir a pena no processo.
A expectativa do governo é que Paulo Roberto, para evitar comprometer seu acordo com a Justiça, fique calado. Segundo assessores presidenciais, os governistas farão tudo o que estiver ao alcance para garantir este "direito".
Mesmo que Costa não revele nada ao depor, a oposição quer aproveitar a ocasião para desgastar o governo.
Nesta terça (16), o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), se reuniu com o ministro Ricardo Berzoini (Relações Institucionais) para discutir estratégias para o depoimento --embora tenha negado oficialmente que tenha discutido o caso.
O governo mobilizou sua tropa de choque para defender a estatal, responsabilizando Paulo Roberto individualmente. "O Paulo Roberto é fruto muito mais de um comportamento dele próprio do que de qualquer partido. Boa parte dos recursos que circularam com ele ficaram em seu poder", disse o relator da CPI Marco Maia (PT).