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Mídia venezuelana faz cobertura anti-Marina

Veículos estatais atribuem avanços sociais a Dilma e classificam rival como 'extrema direita'

SAMY ADGHIRNI DE CARACAS

Na mídia estatal venezuelana, a disputa eleitoral brasileira é retratada como luta entre o bem, encarnado por Dilma Rousseff, e o mal, que tem o rosto de Marina Silva.

Veículos alinhados com o presidente Nicolás Maduro dedicam muito mais espaço à candidata do PT. Reportagens impressas e na TV são editadas com títulos favoráveis, que incluem expressões como "melhoras sociais" e "criação de empregos."

No fim de semana, Dilma foi objeto de reportagem na TV Telesur, canal internacional lançado em 2005 pelo então presidente Hugo Chávez, com apoio de Cuba, Bolívia e Argentina. O site da emissora sentenciou: "Dilma reforçará avanços na educação."

Na direção oposta, Marina é apresentada pela Agência Bolivariana de Notícias como defensora de "políticas neoliberais" que ameaçam empurrar milhões de brasileiros de volta à pobreza.

A campanha mais virulenta contra Marina é da Telesur.

Na semana passada, um analista publicou no site da emissora artigo com o título "Marina, a Capriles brasileira", numa referência ao direitista Henrique Capriles, mais proeminente líder da oposição, derrotado na eleição presidencial venezuelana.

No texto, assinado pelo economista Miguel Angel Ferrer, Marina é apresentada como candidata da "extrema direita" que busca criar laços de "submissão, vassalagem e alta dependência" com os EUA, a exemplo do que supostamente fizeram o regime militar e os ex-presidentes Collor, Sarney, Itamar e FHC.

"É claro que dona Marina conspiraria [...] contra o exitoso programa brasileiro de combate à fome para substitui-lo por algum programa do FMI ["¦] para que os mais pobres se rasguem com suas próprias unhas", diz o texto.

Na semana passada, a Telesur exibiu longa entrevista com o jornalista brasileiro Beto Almeida, que atribuiu ao governo petista a "redução de 75% da pobreza no Brasil" e alertou para o risco de "retrocessos internos" com Marina, qualificada como "próxima do capitalismo".

Almeida, que era chamado de "companheiro" pelo apresentador, disse ainda que uma mudança de governo no Brasil poderia gerar "impacto negativo" na integração regional. Marina, segundo ele, vê com ceticismo o Mercosul e a Unasul.

Apesar da mídia estatal refletir a opinião oficial, membros do governo Maduro vêm evitando falar publicamente em favor de Dilma.

Laços Brasil-Venezuela deram um salto quando começaram a coincidir os governos Lula e Chávez, em 2003. Desde então, o comércio saltou de US$ 1,2 bi para US$ 4,8 bi.


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