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Governo cria 3 unidades de conservação na Amazônia

Medida cobrada por ambientalistas é tomada a 2 semanas do segundo turno

Decretos instituem e ampliam reservas no Pará; segundo a pasta do Meio Ambiente, não há relação com o pleito

AGUIRRE TALENTO DE BRASÍLIA

Criticado pelo setor ambientalista por não ter criado nenhuma unidade de conservação na Amazônia, o governo Dilma Rousseff publicou, na segunda-feira (13), decretos criando suas três primeiras unidades na região, a duas semanas do segundo turno das eleições.

Os decretos instituíram três reservas extrativistas marinhas no Pará e também ampliaram uma outra já existente no Estado, em um total de cerca de 60 mil hectares.

As reservas criadas são a Resex Marinha Mocapajuba, em São Caetano de Odivelas, com 21 mil hectares; Resex Marinha Mestre Lucindo, em Marapanim, com 26,4 mil hectares; e a Resex Marinha Cuinarana, em Magalhães Barata, com 11 mil hectares.

O pacote incluiu ainda a ampliação da Reserva Extrativista Marinha de Araí-Peroba, em Augusto Corrêa, que acrescentou 50,5 mil hectares à sua área atual, de 11,5 mil.

Havia também no setor ambientalista a expectativa de criação de uma outra unidade --a estação ecológica Maués, no Amazonas, que acabou não saindo.

Ambientalistas consideram a política das unidades de conservação uma medida importante para a preservação natural desses territórios --são áreas mais protegidas para o uso sustentável dos recursos naturais, sujeitas a normas especiais.

LENTIDÃO

A lentidão na criação dessas unidades na gestão Dilma é um dos problemas do governo na área ambiental, na avaliação de entidades do setor. Ela se soma a fatores como o aumento do desmatamento em 29% em 2013 e a recusa da assinatura de um acordo mundial para redução do desmate, discutido no mês passado na Cúpula do Clima, nas Nações Unidas.

Durante o evento na ONU, Dilma classificou de "aumentozinho" o crescimento do desmatamento e disse que a marca será reduzida em 2014.

Na ocasião, a presidente sofreu críticas da ex-ministra e candidata à Presidência Marina Silva (PSB), derrotada no primeiro turno. "A presidente Dilma pegou o desmatamento na Amazônia em queda e vai entregar para o futuro governo em alta", disse Marina na ocasião, atribuindo o aumento à atual política ambiental da petista.

Mesmo com a criação dessas três unidades e a ampliação de uma outra, a gestão Dilma é, até agora, a que menos criou unidades de conservação na Amazônia desde o governo Geisel (1974-79), que não havia criado nenhuma, de acordo com dados do Instituto Socioambiental.

De acordo com o levantamento, o segundo governo que menos criou unidades de conservação na Amazônia após a redemocratização foi o de Fernando Collor/Itamar Franco, com seis unidades. Quem mais criou foi o ex-presidente Lula, em seu primeiro mandato: 36 unidades.

Procurada, a assessoria do Ministério do Meio Ambiente informou que a publicação dos decretos não tem relação com o período eleitoral e que eles estavam prontos havia algum tempo, mas que demoraram para ser formalizados por causa da complexidade do processo.

O órgão disse ainda que há outras unidades cuja criação pode ser publicada até o fim do ano --antes disso, haviam sido criadas unidades de conservação no cerrado, na caatinga e na mata atlântica.


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