Mercado - em cima da hora
Chiquita rejeita fusão com concorrente
Gigante americana das bananas abandona negócio com irlandesa e volta a negociar com brasileiras Cutrale e Safra
Brasileiros melhoraram proposta para US$ 14,5 por ação, ante os US$ 14 oferecidos anteriormente
A produtora de bananas americana Chiquita abandonou a proposta de fusão com a concorrente irlandesa Fyffes, com a qual vinha negociando desde março, na tentativa de criar a maior fornecedora e distribuidora mundial de bananas, com receita anual de US$ 4,6 bilhões.
Após reunião de acionistas, a Chiquita informou nesta sexta-feira (24) que iniciaria conversas com um grupo de interessados brasileiros.
Ao desembarcar do negócio com a irlandesa, a Chiquita retoma conversas com o grupo formado pela fabricante de suco de laranja Cutrale e o banco de investimentos Safra, que na quinta-feira (23) melhorou sua proposta em dinheiro para US$ 14,5 por ação, ante os US$ 14 oferecidos anteriormente e rejeitados pelo conselho da Chiquita.
Segundo o grupo brasileiro, a proposta avalia a empresa em cerca de US$ 680 milhões, ou 12,5 vezes seu lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações. Essa negociação deve ser concluída até segunda-feira (27).
A votação contrária ao plano da Chiquita com a Fyffes surge após um esforço de meses em que a companhia tentou conduzir uma operação de inversão tributária.
Em vez de se manter companhia de capital aberto e transferir sua sede para a Irlanda, a Chiquita agora pagará uma multa rescisória milionária à Fyffes e provavelmente terá seu capital fechado.
Com a oferta pela Chiquita, a Cutrale, que detém 40% do mercado mundial de suco de laranja, dá mais um passo rumo à diversificação, após assistir a uma queda no consumo mundial de suco de laranja nos últimos anos.
SALADA DE FRUTAS
Conhecida mundialmente pela marca de bananas de mesmo nome, a Chiquita também atua em outros segmentos da área de alimentos.
Embora as bananas representem quase 65% de sua receita, outros negócios já renderam US$ 1 bilhão à empresa no ano passado. Entre eles está a venda de abacaxis, saladas frescas e embaladas e de "snacks" com frutas.