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Haddad x Chalita

Estreantes na disputa por cargos majoritários, os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) despontaram na educação, onde têm conquistas para exibir e problemas para explicar

ANTONIO GOIS
DO RIO
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO

Gestor da área de educação, formado em direito e filosofia e estreante em eleições majoritárias. Esta descrição vale para dois prováveis candidatos à Prefeitura de São Paulo na eleição deste ano, Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB).

Analistas do setor consultados pela Folha afirmam que ambos tiveram boa interlocução com sindicatos e professores, mas falharam em necessidades urgentes, como a expressiva melhoria do aprendizado dos estudantes.

Ministro das gestões Lula e Dilma, Haddad terá como trunfo as mais de 900 mil bolsas em faculdades privadas concedidas a estudantes carentes por meio do ProUni.

Por outro lado, não deve escapar de críticas com relação ao Enem, exame de concluintes do ensino médio que enfrenta sucessivas falhas, como vazamento de questões e erros de impressão.

Secretário de Educação do primeiro governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Chalita possui como maior vitrine a Escola da Família, que abria todos os colégios estaduais à sociedade no fim de semana.

O programa, porém, foi reduzido à metade quando seu então colega de PSDB José Serra assumiu o governo. A gestão Serra alterou outros projetos de Chalita, como as escolas de tempo integral.

Durante a gestão Chalita (2002 a 2006), as médias dos alunos da rede estadual no ensino médio, em queda desde 95, chegaram ao pior nível, mas começaram a melhorar no período final.

Como secretário, era responsável por cerca de 6 milhões de estudantes, do ensino fundamental ao médio.

Já durante a gestão Haddad, o ensino fundamental registrou melhorias, mas o médio ficou praticamente estagnado, num nível que o próprio petista classifica como insatisfatório.

Cabe ao ministro induzir políticas na educação básica de Estados e municípios.

"Chalita e Haddad optaram pelo caminho mais fácil e se preocuparam mais com as corporações [sindicatos] do que com o aprendizado dos alunos", diz o economista e especialista em educação Gustavo Ioschpe.

"O Chalita representou descontinuidade da política do PSDB, que centra na aprendizagem do aluno", disse o pesquisador da Faculdade de Educação da USP Romualdo Portela. "Ele focou fatores extraclasse, como o Escola da Família. De positivo, ele evitou grandes conflitos com os professores."

Sobre Haddad, Portela afirma ter sido positiva a expansão de vagas nas universidades federais e no ensino técnico. "De negativo, ficou a falta de controle de qualidade no ensino superior privado."

Apesar de despontarem como prováveis candidatos, o cenário pode mudar. Parte do PT pressiona Chalita a abandonar a candidatura em prol de Haddad.

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