Operador acusado de intermediar propina quer depor
O empresário Shinko Nakandakari, a quem o diretor da Galvão Engenharia Erton Medeiros Fonseca informou ter pago R$ 8,8 milhões em propina para obter contratos na Petrobras, quer ser ouvido pela Polícia Federal. Ele encaminhou ofício nesta terça (25) ao juiz Sergio Moro, responsável pelo caso.
No pedido, ele diz "estar à inteira disposição" para colaborar com "tudo o que for necessário". Seus advogados também afirmam que "a versão unilateral apresentada por essas matérias jornalísticas decididamente não corresponde à verdade, e Shinko Nakandakari precisa ser ouvido pelas autoridades a fim de trazer os fatos de volta à realidade".
Conforme notas fiscais e recibos apresentados à Justiça pela Galvão, a consultoria de Shinko, registrada em nome dele e de dois filhos, recebeu R$ 8,8 milhões entre 2010 e junho de 2014. Os papeis falam em "consultoria" e "prestação de serviços".
Erton Fonseca disse que, em 2010, Shinko lhe foi apresentado como emissário da Diretoria de Serviços da Petrobras, então comandada por Renato Duque (indicado pelo PT), com a tarefa de recolher "comissões" sobre contratos --à semelhança do papel desempenhado pelo doleiro Alberto Youssef na diretoria de Abastecimento.
A Folha tenta ouvir Shinko desde domingo. Em seu endereço residencial, em São Paulo, ninguém foi encontrado. O mesmo ocorre no endereço indicado como sede de sua consultoria, a LFSN.